quinta-feira, 16 de junho de 2016

Papa João Paulo II canta “Tu te abeiraste da praia”



São João Paulo
"O Santo do nosso tempo"




|Adaptado de:
ChurchPOP(http://pt.churchpop.com/papa-joao-paulo-ii-canta-tu-te-abeiraste-da-praia/), 16 de junho de 2016.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

São Tomás e a vaca

Conta-se que o tímido e bonachão Tomás estava, como sempre, estudando por de trás de uma pilha de livros e escritos, sempre produzindo textos sem parar. Alguns monges se aproximam e decidem pregar uma peça no concentrado monge:
– Tomás, Tomás! Veja! Uma vaca voando!


© A Apoteose de São Tomás de Aquino, pintada por Francisco de Zurbarán no ano de 1631

Tomás saltou da cadeira e, reclinado ao parapeito, vasculhou os céus em busca da vaca, enquanto em torno os outros monges explodiam numa gargalhada coletiva.

Surpreendido, o santo se explicou:

“É que achei mais razoável uma vaca voar do que um irmão mentir.”


|Adadaptado de:
ChurchPOP. (http://pt.churchpop.com/santo-tomas-de-aquino-vaca-voadora-e-o-boi-mudo/), 15 de junho de 2016.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

São Felipe e a estranha penitência para a senhora fofoqueira

São Felipe Néri era um padre conhecido pelas penitências criativas que dava aos seus fiéis. Certa vez uma mulher veio se confessar com ele, dizendo que cometia o pecado de falar mal do próximo.
© padrepauloricardo.org

A mulher disse ainda que depois que se confessava acabava incorrendo novamente no mesmo pecado.  São Felipe Néri ouviu atentamente a confissão da mulher e lhe deu a seguinte penitência: ela deveria depenar uma galinha, caminhando pelas ruas de Roma, e depois  deveria voltar para continuar a penitência. Assim fez a  mulher. Depenou a galinha, caminhando pelas ruas de Roma, e voltou para junto do padre. Quando perguntou o que mais teria de fazer.

São Felipe foi certeiro: “Agora, volta por todas as ruas pelas quais caminhaste e recolhe uma a uma as penas da galinha. E presta atenção, não deixes uma pena sequer esquecida”.

A mulher retrucou: “Mas, padre, isso é impossível! Tinha tanto vento que nunca poderei recolher todas as penas”.

“Eu sei, minha filha. Espero que tu tenhas compreendido a lição. A tua maledicência se parece com essas penas. As palavras ditas sem compaixão se espalham e depois não há como recolhê-las”.
|Adadaptado de:
ChurchPOP. (http://pt.churchpop.com/sao-felipe-e-estranha-penitencia-para-senhora-fofoqueira/), 06 de junho de 2016.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Papa Francisco escreverá livro com respostas às perguntas dos jovens

Escrever um “livro social” usando os novos meios de comunicação para colocar pessoas de qualquer lugar do planeta em contato com o Papa. Esse é o objetivo traçado pela Scholas Occurrentes logo após o VI Congresso Mundial ocorrido do 27 ao 29 de maio em Roma. O evento reuniu representantes de 40 universidades de todo o mundo.
© L'Osservatore Romano




A Fundação Pontifícia está convidando jovens do mundo todo a enviarem perguntas ao Papa Francisco. As respostas às perguntas selecionadas serão publicadas como livro.


Para enviar perguntas ao pontífice, acesse: 


Scholas Occurrentes é uma Organizacao Internacional de Direito Pontifício criada pelo Papa e dedicada aos jovens. Promove a educação para a integração social e a cultura do encontro em prol da paz.




 |Adadaptado de:
ZENIT. (https://pt.zenit.org/articles/papa-francisco-escrevera-livro-com-respostas-as-perguntas-dos-jovens/), 1° de junho de 2016.

domingo, 22 de maio de 2016

Não haverá catequese dia 28/05!

ATENÇÃO!

No dia 28/05 
não haverá catequese,
devido ao Feriado de Corpus Christi!


 Convite do Santuário:
"Será celebrada, no dia 26 de maio, às 9h, a Missa Solene de Corpus Christi, seguida da procissão do ostensório com o Corpo de Cristo sobre os tapetes coloridos, confeccionados ao longo da Praça do Carmo. O percurso começa a ser enfeitado na madrugada do dia 26 e tem uma extensão de 900 metros. O encerramento da procissão acontece na porta da Igreja, com a bênção do Santíssimo Sacramento".

* Não haverá catequese, mas lembre-se: cristão não tem férias de Missa! =D 

 | © Direito de imagem
PASCOM - Santuário do Carmo

quinta-feira, 19 de maio de 2016

"A maior necessidade do mundo" - uma carta aos jovens de todas as idades!

http://padrekleina.org.br/wp-content/uploads/2015/10/Mutirao-visitas-missionarias-6.jpg
© 2015 PASCOM - Santuário do Carmo

 "A maior necessidade do mundo é a de homens - homens que não se compram nem se vendam; homens que no íntimo do coração, sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o erro pelo seu nome; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus" - Ellen White

Jovens de todo o mundo e de todas as idades,

Aqui fala um simples catequista, um catequista que deseja ardentemente que vocês se impressionem com o amor e a misericórdia sem medida de Deus! O mundo tem muitas necessidades, é verdade, mas há uma que pode resumir todas as outras: "a necessidade de jovens que permaneçam firmes pelo que é correto, ainda que caiam os céus"!
Mas, um caráter assim não é obra do acaso, também não se pode dizer que precisa de favores especiais da Divina Providência. Um caráter nobre é fruto de uma disciplina própria, como a do ser humano que se compreende pertencente à natureza inferior e sujeita-se à superior natureza de Deus. É a firme renúncia do eu para o serviço de amor a Deus e à humanidade, como foi a firme renúncia de José, de Daniel, de Mizael, de Ananias, de Azarias, de São Francisco, de Madre Tereza, de São Pio, de São João Paulo II e de tantos outros que podemos contemplar no Antigo, no Novo Testamento e em nossos dias, papas, padres, bispos, religiosos, religiosas, mas sobretudo pessoas comuns do cotidiano.
Minha principal mensagem, hoje, é:
JOVENS DE TODAS AS IDADES, A SANTIDADE NÃO É UM PLANO LONGE E INATINGÍVEL. ELA COMEÇA AGORA, COMIGO E COM VOCÊ BUSCANDO A DEUS NAS PEQUENAS COISAS, NO DIA A DIA. Os dons que vocês possuem não pertencem a vocês mesmos. A força, o tempo e o intelecto são tesouros emprestados, eles pertencem a Deus! E, "deve ser a decisão de todo jovem fazer deles o mais elevado uso". Jovens,  Deus espera de vocês grande fruto! Vocês são administradores de uma riqueza que deve crescer. "Uma intensa luz para as trevas do mundo"!
E, quando, no final da vida chegarem, poderão dizer como Paulo: "Combati o bom combate" (2 Tm 4, 7). Este apóstolo dizia isso ao terminar sua vida de trabalho e serviço pelo fato de quando estando triste, permaneceu alegre; pobre, mas sempre estava enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo (cf. 2 Co 6, 10). Paulo já tinha entendido o valor de servir.
O Papa Bento XVI, no início de seu pontificado, dizia aos jovens que quem perdesse a vida por Cristo, não perdia nada e ainda ganhava tudo! Ganhava tudo, por ser Cristo a maior preciosidade que se pode ter. E isto me recorda a frase de Dom Henrique Soares, bispo de Palmares, quando dizia em uma palestra da Semana Santa, que quando ele era jovem, ele passava horas pensando sobre uma oração vocacional que ele fazia sempre, já que ele era aluno marista tinham de realizar algumas orações antes de começar as aulas. Em uma das partes da oração vocacional, dizia: "Senhor, que eu empregue a minha vida numa causa que valha a pena!". Hoje, ele já não é um jovem com a mesma mentalidade de anos atrás, já é um experiente homem, e diz aos jovens: "Jovens, uma causa que valha a pena é uma causa que dê paz ao seu coração. É uma causa que você saiba onde colocou a esperança. [...] E, no final da vida, quando os outros não encontram mais brilho na vida que abraçou, quando o irmão se tornar um fardo, quando não se ver mais beleza no cristianismo, você poderá dizer: 'eu sei em quem coloquei a confiança', e ainda haverá aquele brilho nos olhos quando falar de Jesus".
Onde estamos colocando a nossa esperança? Estamos suprindo a maior necessidade do mundo? Pois, "é quem perseverar até o fim que será salvo", é quem permanecer firme naquilo que é correto, ainda que caiam os céus. É quem conseguir encontrar a maior riqueza que o mundo não pode dar, mas que em Cristo, que é a única causa que vale a pena, poderá ser encontrada com abundância! Seja Luz para iluminar as trevas do mundo! Jesus Cristo, nosso Senhor, precisa de mim e de você. Ele chama a muitos, mas só os verdadeiramente fortes conseguem entender o chamado e escolher as mais eficientes habilidades para ser LUZ e suprir a maior necessidade do mundo, a de jovens que sejam firmes ainda que caiam os céus. 
© Sumaq

|Referências:
 
WHITE, Ellen G.. Educação: Um modelo de ensino integral. Tatuí: CPB, 2015. 2016 p.
 Dom Henrique Soares sobre vocação. Belíssimo!. S.i.: Youtube, 2015. (10 min.), son., color. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Jz6UI2P8LOk>. Acesso em: 19 maio 2016.
XVI, P.P. Bento. SANTA MISSA IMPOSIÇÃO DO PÁLIO E ENTREGA DO ANEL DO PESCADOR PARA O INÍCIO DO MINISTÉRIO PETRINO DO BISPO DE ROMA: HOMILIA DE SUA SANTIDADE BENTO XVI. 2005. Disponível em: <https://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/homilies/2005/documents/hf_ben-xvi_hom_20050424_inizio-pontificato.html>. Acesso em: 19 maio 2016.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

5 coisas que você estava fazendo mal na Missa e não sabia


© PASCOM - Santuário do Carmo

A Santa Missa é a renovação do sacrifício pascal de Cristo na cruz e a “fonte e o ápice de toda a vida cristã’’. Por esse motivo, e com o intuito de adentrarmos mais nos sagrados mistérios, é que a Igreja organizou a Missa dentro de uma ordem determinada (O reino de Deus é um reino de ordem). Por isso neste artigo compartilharemos 5 coisas que talvez você esteja fazendo errado na missa e não sabia.

1) “… E livrai-nos do mal AMÉM?”

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© Domínio Público / Wikipédia




Quando rezamos o Pai Nosso de maneira pessoal ou em nossos grupos de oração temos o hábito de concluí-lo com um “Amém”. Isso está correto, porém durante a Santa Missa é diferente. O Pai Nosso é a única oração que está integrada na liturgia como parte de uma oração maior. Por tal razão não devemos dizer “Amém” depois do “e livrai-nos do mal”, pois o sacerdote continuará com a oração dizendo “livrai-nos Senhor de todos os males, e concedei-nos a paz em nossos dias…’’

2) “Por Cristo com Cristo e em Cristo…”

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© L'Osservatore Romanum




Alguns fiéis geralmente comentem o erro de dizer partes da Missa que são correspondentes apenas ao sacerdote. Isto é muito comum no final da oração eucarística quando o padre reza “Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós, Deus Pai todo poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda glória agora e para sempre…”. Os fiéis não devem dizer esta parte, pois é exclusivo para o sacerdote. Aos fiéis cabe responder com um ”Amém”.

3) Durante a consagração devemos nos ajoelhar ou ficar de pé?

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© Domínio Público / Wikipédia




Para isto devemos consultar a IGMR (Instrução Geral do Missal Romano) que no número 43 diz claramente “…ficarão de joelhos, a não ser por motivo de saúde, lugar estreito, pouco espaço devido à grande quantidade de pessoas ou outras causas razoáveis que o impeçam, durante a consagração. ” O IGMR diz que quem, pelos motivos já citados não puderem ajoelhar-se, devem fazer uma profunda reverência quando o sacerdote se ajoelhar após a consagração. Porém além da lei, não deveríamos nos ajoelhar assim que acontece o maior milagre sobre a face da terra?!

4) Rito da paz


© não identificado



O chamado “rito da paz” ou “abraço da paz” é opcional. Mas quando se faz, a saudação deve ser feita apenas com as pessoas mais próximas dos nossos lugares e sempre guardando a devida reverência à celebração. Não devemos nos esquecer que Jesus acabou de se fazer presente na Sagrada Eucaristia e que deve ser o centro da nossa atenção neste momento. Não é necessário, por exemplo, caminhar de um lado para o outro da Igreja buscando conhecidos para saudá-los.

5) O Jejum Eucarístico

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© Domínio Público / Pixabay




Este não é necessariamente um erro durante a Missa, mas acontece antes da celebração. O catecismo ensina que “Para preparar-se bem para receber a eucaristia, os fiéis devem viver o jejum prescrito pela Igreja”.
Mas qual é esse jejum? A Igreja estabelece que devemos guardar o jejum de qualquer alimento sólido pelo menos uma hora antes de receber a Santa Eucaristia. Por isso que deve parar de comer esses biscoitos que compra na porta da igreja. Sim, é permitido o consumo de água e remédios.
Se não cumprir esse requisito, pode participar da missa, mas não pode comungar.

|Adadaptado de:
ChurchPOP. (http://pt.churchpop.com/5-coisas-que-voce-estava-fazendo-mal-na-missa-e-nao-sabia/), 12 de maio de 2016.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

ChurchPOP no Brasil: com o intuito de evangelizar os jovens

 http://pt.churchpop.com/wp-content/uploads/2016/04/churchpop-headline-portugues.png
Depois de conquistar os Estados Unidos e a América espanhola, agora é a vez do ChurchPOP alcançar os falantes de língua portuguesa.
O site foi lançado em 08 de maio, dia em que a Igreja celebrou a festa da Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo e o 50° Dia Mundial das Comunicações Sociais.
O ChurchPOP nasceu em agosto de 2014, nos EUA, com o intuito de evangelizar os jovens refletindo a alegria de ser Igreja. Nasceu para ser divertido, informativo e inspirador e tem como slogan “faça santas todas as coisas”. Em pouco tempo, chamou atenção por seus conteúdos consistentes, alegres e fiéis à doutrina da Igreja. Em janeiro deste ano, lançou a versão em espanhol, que já é um grande sucesso de público. E finalmente chegou ao Brasil!
O ChurchPOP Português trará conteúdos ligados à cultura cristã, religiosidade popular, cobertura dos grandes eventos católicos, abordagens sobre as mais diversas perspectivas da vida dos santos, história da Igreja, curiosidades, vídeos, jogos e muito mais.
Vale muito a pena conferir! Acesse: http://pt.churchpop.com























|Adadaptado de:
ZENIT. (https://pt.zenit.org/articles/churchpop-no-brasil-com-o-intuito-de-evangelizar-os-jovens/), 04 de maio de 2016.

terça-feira, 26 de abril de 2016

A 1º Missa no Brasil! E, uma errata...

516 anos: Uma falha sobre a história da 1ª Missa no Brasil!



     Quase todos nós ao ouvirmos falar da primeira Missa celebrada em território brasileiro imediatamente trazemos à nossa mente a imagem imortalizada pela tela de Victor Meirelles de 1860 e atualmente exposta no Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro (imagem acima). A pintura, de estilo romântico, representa os indígenas e portugueses assistindo a uma Missa celebrada pelo Frei Henrique de Coimbra, acolitado por um outro frade, diante de uma grande cruz de madeira armada junto do altar da celebração. Por ocasião dos 512 anos da celebração da primeira missa no Brasil, comemorado no, dia 26 de abril de 2012, essa imagem está sendo compartilhada nas redes sociais para relembrar o evento. Contudo, a tela de Meirelles retrata na verdade, a segunda Missa no Brasil, celebrada dia 1º de maio. Como assim?!

     No dia 26 de abril de 1500, os portugueses celebraram a primeira missa no Brasil, mas na ilha da Coroa Vermelha, uma ilhota que já não existe mais. Era Domingo da Oitava de Páscoa, e a Missa foi celebrada de forma cantada, sobre um altar montada debaixo de um dossel, assistida por cerca de 1000 homens da esquadra de Pedro Álvarez Cabral. Na praia do continente, cerca de 200 indígenas acompanhavam de longe a cerimônia. 


     "Ao domingo de Pascoa pela pela manhã, determinou o Capitão ir ouvir missa e sermão naquele ilhéu. E mandou a todos os capitães que se arranjassem nos batéis e fossem com ele. E assim foi feito. Mandou armar um pavilhão naquele ilhéu, e dentro levantar um altar mui bem arranjado. E ali com todos nós outros fez dizer missa, a qual disse o padre frei Henrique, em voz entoada, e oficiada com aquela mesma voz pelos outros padres e sacerdotes que todos assistiram, a qual missa, segundo meu parecer, foi ouvida por todos com muito prazer e devoção. 
     Ali estava com o Capitão a bandeira de Cristo, com que saíra de Belém, a qual esteve sempre bem alta, da parte do Evangelho.
     Acabada a missa, desvestiu-se o padre e subiu a uma cadeira alta; e nós todos lançados por essa areia. E pregou uma solene e proveitosa pregação, da história evangélica; e no fim tratou da nossa vida, e do achamento desta terra, referindo-se à Cruz, sob cuja obediência viemos, que veio muito a propósito, e fez muita devoção.
     Enquanto assistimos à missa e ao sermão, estaria na praia outra tanta gente, pouco mais ou menos, como a de ontem, com seus arcos e setas, e andava folgando. E olhando-nos, sentaram. E depois de acabada a missa, quando nós sentados atendíamos a pregação, levantaram-se muitos deles e tangeram corno ou buzina e começaram a saltar e dançar um pedaço. E alguns deles se metiam em almadias - duas ou três que lá tinham - as quais não são feitas como as que eu vi; apenas são três traves, atadas juntas. E ali se metiam quatro ou cinco, ou esses que queriam, não se afastando quase nada da terra, só até onde podiam tomar
pé.
     Acabada a pregação encaminhou-se o Capitão, com todos nós, para os batéis, com nossa bandeira alta."
(Carta de Pero Vaz de Caminha a El-Rey Dom Manuel I de Portugal, Porto Seguro, 1º de maio de 1500. Os grifos são meus)
      O motivo desta celebração ter sido mais afastada foi provavelmente de que o capitão não se sentia seguro de mandar celebrar a liturgia no continente por ainda não ter contatos suficientes com os nativos da terra.

     Foi só na sexta-feira, 1º de maio, que o Frei Henrique de Coimbra celebrou Missa solene diante da cruz de madeira plantada na terra da praia de Porto Seguro, a qual assistiu toda a esquadra e uma grande quantidade de indígenas que se juntaram para observarem a cerimônia.


     "E hoje que é sexta-feira, primeiro dia de maio, pela manhã, saímos em terra com nossa bandeira; e fomos desembarcar acima do rio, contra o sul onde nos pareceu que seria melhor arvorar a cruz, para melhor ser vista. E ali marcou o Capitão o sítio onde haviam de fazer a cova para a fincar. E enquanto a iam abrindo, ele com todos nós outros fomos pela cruz, rio abaixo onde ela estava. E com os religiosos e sacerdotes que cantavam, à frente, fomos trazendo-a dali, a modo de procissão. Eram já aí quantidade deles, uns setenta ou oitenta; e quando nos assim viram chegar, alguns se foram meter debaixo dela, ajudar-nos. Passamos o rio, ao longo da praia; e fomos colocá-la onde havia de ficar, que será obra de dois tiros de besta do rio. Andando-se ali nisto, viriam bem cento cinqüenta, ou mais. Plantada a cruz, com as armas e a divisa de Vossa Alteza, que primeiro lhe haviam pregado, armaram altar ao pé dela. Ali disse missa o padre frei Henrique, a qual foi cantada e oficiada por esses já ditos. Ali estiveram conosco, a ela, perto de cinqüenta ou sessenta deles, assentados todos de joelho assim como nós. E quando se veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles se levantaram conosco, e alçaram as mãos, estando assim até se chegar ao fim; e então tornaram-se a assentar, como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se puseram assim como nós estávamos, com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados que certifico a Vossa Alteza que nos fez muita devoção.
     Estiveram assim conosco até acabada a comunhão; e depois da comunhão, comungaram esses religiosos e sacerdotes; e o Capitão com alguns de nós outros. E alguns deles, por o Sol ser grande, levantaram-se enquanto estávamos comungando, e outros estiveram e ficaram. Um deles, homem de cinqüenta ou cinqüenta e cinco anos, se conservou ali com aqueles que ficaram. Esse, enquanto assim estávamos, juntava aqueles que ali tinham ficado, e ainda chamava outros. E andando assim entre eles, falando-lhes, acenou com o dedo para o altar, e depois mostrou com o dedo para o céu, como se lhes dissesse alguma coisa de bem; e nós assim o tomamos!
     Acabada a missa, tirou o padre a vestimenta de cima, e ficou na alva; e assim se subiu, junto ao altar, em uma cadeira; e ali nos pregou o Evangelho e dos Apóstolos cujo é o dia, tratando no fim da pregação desse vosso prosseguimento tão santo e virtuoso, que nos causou mais devoção.
     Esses que estiveram sempre à pregação estavam assim como nós olhando para ele. E aquele que digo, chamava alguns, que viessem ali. Alguns vinham e outros iam-se; e acabada a pregação, trazia Nicolau Coelho muitas cruzes de estanho com crucifixos, que lhe ficaram ainda da outra vinda. E houveram por bem que lançassem a cada um sua ao pescoço. Por essa causa se assentou o padre frei Henrique ao pé da cruz; e ali lançava a sua a todos - um a um - ao pescoço, atada em um fio, fazendo-lha primeiro beijar e levantar as mãos. Vinham a isso muitos; e lançavam-nas todas, que seriam obra de quarenta ou cinqüenta. E isto acabado - era já bem uma hora depois do meio dia - viemos às naus a comer, onde o Capitão trouxe consigo aquele mesmo que fez aos outros aquele gesto para o altar e para o céu, (e um seu irmão com ele). A aquele fez muita honra e deu-lhe uma camisa mourisca; e ao outro uma camisa destoutras.
     E segundo o que a mim e a todos pareceu, esta gente, não lhes falece outra coisa para ser toda cristã, do que entenderem-nos, porque assim tomavam aquilo que nos viam fazer como nós mesmos; por onde pareceu a todos que nenhuma idolatria nem adoração têm. E bem creio que, se Vossa Alteza aqui mandar quem entre eles mais devagar ande, que todos serão tornados e convertidos ao desejo de Vossa Alteza. E por isso, se alguém vier, não deixe logo de vir clérigo para os batizar; porque já então terão mais conhecimentos de nossa fé, pelos dois degredados que aqui entre eles ficam, os quais hoje também comungaram.
      Entre todos estes que hoje vieram não veio mais que uma mulher, moça, a qual esteve sempre à missa, à qual deram um pano com que se cobrisse; e puseram-lho em volta dela. Todavia, ao sentar-se, não se lembrava de o estender muito para se cobrir. Assim, Senhor, a inocência desta gente é tal que a de Adão não seria maior - com respeito ao pudor. Ora veja Vossa Alteza quem em tal inocência vive se se convertera, ou não, se lhe ensinarem o que pertence à sua salvação.
      Acabado isto, fomos perante eles beijar a cruz. E despedimo-nos e fomos comer."
(Continuação da Carta de Pero Vaz de Caminha)


   Fica assim, desfeito o engano. A primeira missa no Brasil foi celebrada em um Domingo, dia 26 de abril, na ilhota da Coroa Vermelha. O que Victor Meirelles representou em seu quadro de 1860 é a primeira Missa celebrada em terras continentais do Brasil, na sexta-feira, 1º de maio de 1500. Nada disso, contudo, anula a memória deste dia, em que comemoramos a primeira Missa celebrada em terras brasileiras, onde por singular graça e sagrado privilégio, nossa Pátria nasceu sendo oferecida a Deus junto com o Santo Sacrifício de Seu Filho e Senhor Nosso, Jesus Cristo.
     Brasil: Terra de Santa Cruz!

|Referência:
KUHNEN, Alceu. As Origens da Igreja no Brasil: 1500 a 1552.Bauru, EDUSC, 2005.
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