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Se você acha a Missa algo chato e tedioso, certamente é por que você não a conhece! Isso mesmo! "NINGUÉM AMA AQUILO QUE NÃO CONHECE", nos diz o padre Luiz Cechinato. Ele também nos lembra que a Santa Missa é como uma pedra preciosa toda empoeirada em um caminho, não é que a Missa esteja suja, mas esta pedra está em um caminho onde as pessoas passam e a chutam sem perceber que é uma pedra preciosa. Até que alguém para, olha a pedra, a limpa um pouco e percebe que é uma pedra preciosíssima!
Assim também é a Missa! Vamos à Missa todos os Domingos, mas não percebemos, muitas vezes, sua preciosidade e grandíssima importância, tudo isso pelo fato de não a conhecermos!
E, aí? Vamos conhecer a Missa para melhor adorarmos a Deus?!
A Santa Missa é dividida em duas grandes partes: Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística. Dentro de cada parte há outras subdivisões para melhor entendermos os atos do Presidente da Celebração (padre) e da Assembleia Litúrgica (todos os fiéis leigos que participam da Santa Missa) a fim de que a Missa atinja seu objetivo principal de relembrar o Sacrifício da Cruz de nosso Senhor Jesus Cristo. É como se em todas as Missa nós tornássemos presentes todos os momentos da vida de Jesus. Na Liturgia da Palavra podemos observar seus ensinamentos e na Liturgia Eucarística todo o percurso do Calvário, sua Paixão, sua morte de cruz e sua gloriosa ressurreição.
1ª Grande parte da Santa Missa: LITURGIA DA PALAVRA
Ritos Iniciais
Os ritos iniciais dividem-se em seis momentos: a Procissão de Entrada, Saudação do Altar e da Assembleia, o Ato penitencial, Kýrie Eleison, o Hino do Glória e a Oração do Dia.
Procissção de Entrada
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A entrada inicia-se com uma procissão e um cântico de
entrada ou com a antífona. O Missal diz que “a finalidade deste cântico é
dar início à celebração, favorecer a união dos fiéis reunidos e
introduzi-los no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e ao mesmo
tempo acompanhar a procissão de entrada do sacerdote e dos ministros”. É
acolher o Cristo, Rei da Glória, que entra triunfante, e ao mesmo tempo
é o Senhor carregando sua cruz para o calvário na pessoa do sacerdote (na foto, à direita, o padre, concelebrantes, os coroinhas, acólitos, cerimoniários e todos os outros ministros assistentes participam da Procissão de Entrada da Missa).
Saudação do Altar e da Assembleia
Neste momento, o padre sobe no presbitério e beija o altar em sinal de grande respeito e reverência a Cristo, que é representado pela pedra do altar. É o local do Sacrifício da Missa. É alí onde o padre oferece os dons a deus e os transforma, pela ação do Espírito Santo as espécies do pão e vinho em Corpo e Sangue do Senhor.
A Assembleia também é saudada a fim de que, assim como Jesus, o padre que age na pessoa de Cristo Cabeça (é o próprio Cristo na Santa Missa) também ofereça e deseje que todos os presentes tenham a paz restauradora de Deus. Que todos tenham a certeza da presença do Senhor.
Ato penitencial
Para participarmos dignamente dos
Santos Mistérios, devemos pedir perdão a Deus por todas as nossas
faltas. Após o Ato
penitencial, canta-se o Kýrie Eleison,
é um termo grego que significa “Senhor, Vós sois misericórdia”. Trata-se de um
canto onde os fiéis aclamam o poderio de Deus e imploram sua
misericórdia, é normalmente executado por todos, em forma alternada
entre o povo e o coro ou um cantor, quando se canta apenas o Kýrie, reza-se antes a oração do "Confesso". Há outros modelos de se pedir perdão na Santa Missa contidos em um livro chamado Missal Romano.
Hino de Louvor (Hino do Glória)
“O Glória é um antiquíssimo e
venerável hino com que a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica
e suplica a Deus e ao Cordeiro. Não é permitido substituir o texto
deste hino por outro.” – diz a Instrução Geral do Missal Romano. O
glória é o momento de reconhecer a divindade, o poder, a majestade de
Deus e do Cordeiro Imolado, tudo isso no Espírito Santo.
Canta-se ou recita-se nos domingos
fora do Advento e da Quaresma, bem como nas solenidades e festas, e em
particulares celebrações mais solenes.
Oração de Coleta (Oração do Dia)
Concluindo os ritos iniciais temos a
oração de coleta. Nesta oração o sacerdote recolhe as intenções nos
corações dos fiéis e no coração dele mesmo, e unido aos da Igreja, que será
oferecida ao Pai. Então o sacerdote diz a oração que se chama “Coleta”,
pela qual se exprime o carácter da celebração.
Liturgia da Palavra (1ª Leitura, Salmo, 2ª Leitura, Aclamação ao Evangelho, Leitura do Evangelho, Homilia, Profissão de Fé e Oração dos Fiéis)
A liturgia da Palavra é o momento de
ouvirmos o Senhor falar. O Missal afirma que “Nas leituras, comentadas
pela homilia, Deus fala ao seu povo, revela-lhe o mistério da redenção e
salvação e oferece-lhe o alimento espiritual. Pela sua palavra, o
próprio Cristo está presente no meio dos fiéis”. Devemos participar
deste momento com total silêncio, reverência e atenção, pois através dos
leitores e do sacerdote, Deus está falando aos nossos corações,
clamando pela nossa conversão. Neste momento não é apenas uma releitura
de algo passado, mas as escrituras ganham vida e se tornam presentes.
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A liturgia da palavra se divide em
partes: Primeira leitura, geralmente do Antigo Testamento; um salmo de
reflexão que responde à leitura feita; aos domingos e solenidades também
há uma segunda leitura do Novo Testamento. O ápice da liturgia da
palavra e com toda a solenidade e reverência à leitura dos Santos
Evangelhos. Nele, o padre ou diácono, é o próprio Cristo que fala com
seu povo (na foto, à direita, o diácono proclama o Evangelho na Santa Missa), e, em seguida, o padre explica as leituras através da Homilia.
O povo faz sua parte desta palavra
divina com o silêncio e com os cânticos e a ela adere com a profissão de
fé. Assim alimentado, eleva a Deus as suas preces na oração universal
pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro.
2ª Grande parte da Santa Missa: LITURGIA EUCARÍSTICA
Liturgia Eucarística
A liturgia Eucarística é a parte
principal da Missa, onde o padre, pelo poder do Espírito, torna presente
o Sacrifício da Cruz do Senhor. A partir do ofertório entramos no Calvário do Senhor, estamos aos pés da cruz implorando ao Pai e
oferecendo à Ele os méritos da Morte, Ressurreição e Ascensão de Cristo.
O Ofertório
No ofertório são levados ao altar pão
e vinho, os mesmos elementos que o Senhor usou na última ceia e o que
ele afirmou que ele mesmo era o pão da vida e que o vinho era o seu
sangue, sangue da nova e eterna aliança.
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O Missal ainda diz que o “sacerdote
pode incensar os dons colocados sobre o altar, depois a cruz e o próprio
altar. Deste modo se pretende significar que a oblação e oração da
Igreja se elevam, como fumo de incenso, à presença de Deus… Depostas as
oblatas sobre o altar e realizados os ritos concomitantes, o sacerdote
convida os fiéis a orar juntamente consigo e recita a Oração sobre as Oferendas. Assim termina a preparação dos dons e tudo está preparado para a
Oração Eucarística”.
Oração Eucarística
A Oração Eucarística é o momento mais
grave da Santa Missa, onde o sacerdote traz Deus para nós. Depostas as
oblatas sobre o altar e realizados os ritos concomitantes, o sacerdote
convida os fiéis a orar juntamente consigo e recita a oração sobre as
oblatas. Assim termina a preparação dos dons e tudo está preparado para a
Oração eucarística.
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Nela, através de Cristo que se dá por
nós, mergulhamos no mistério da Santíssima Trindade, mistério da nossa
salvação: “A Oração Eucarística é o centro e ápice [ponto mais alto] de toda celebração, é
prece de ação de graças e santificação. O sacerdote convida o povo a
elevar os corações ao Senhor na oração e na ação de graças e o associa à
prece que dirige a Deus Pai por Jesus Cristo em nome de toda
comunidade. O sentido desta oração é que toda a assembleia se una com
Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício”
(IGMR, 54).
Há várias Orações Eucarísticas, quatro principais e outras dez para diversas ocasiões e necessidades. As Orações Eucarísticas estão divididas em:
a) Ação de graças: é o louvor à Deus expresso principalmente no Prefácio.
b) Aclamação: onde o povo canta o Sanctus (Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos. Céu e Terra estão cheios de Sua Glória).
c) Epíclese: onde o sacerdote invoca o poder do Espírito Santo sobre as oferendas.
d) Narração da instituição e consagração:
pela ação do Espírito, e através das palavras de consagração, o que era
pão deixa de ser pão e o que era vinho deixa de ser vinho e se tornam o
corpo e o sangue de Cristo.
e) Anamnese:
em obediência a este mandato, recebido de Cristo Senhor através dos
Apóstolos, a Igreja celebra a memória do mesmo Cristo, recordando de
modo particular a sua bem-aventurada paixão, gloriosa ressurreição e
ascensão aos Céus.
f) Oblação:
neste memorial, a Igreja, de modo especial aquela que nesse momento e
nesse lugar está reunida, oferece a Deus Pai, no Espírito Santo, a
hóstia imaculada.
g) Intercessões: A igreja levanta ao Pai seu clamor, através do sacrifício de Cristo.
h) Doxologia: é onde se exprime a glorificação de Deus e é ratificada e concluída pela aclamação "Amém" do povo. É o momento mais importante de intimidade do sacerdote com Deus, pois é a oportunidade de oferecer a Deus todo o Sacrifício Celebrado por Cristo, com Cristo e em Cristo. Tudo é pelo Cristo!
Rito da Comunhão
É a preparação para o banquete do
Cordeiro. “A celebração eucarística é um banquete pascal. Convém, por
isso, que os fiéis, devidamente preparados, nela recebam, segundo o
mandato do Senhor, o seu Corpo e Sangue como alimento espiritual. É esta
a finalidade da fração e dos outros ritos preparatórios, que dispõem os
fiéis, de forma mais imediata, para a Comunhão”. Ela está dividida em Oração Dominical, Rito da Paz, Fração do Pão e comunhão.
A Oração dominical ou "Pai Nosso"
é um grande momento de oração dentro da Santa Missa, nela, suplicamos
ao Pai com a oração perfeita, feita e ensinada pelo próprio Senhor. Ao
contrário dos outros momentos, a oração do “Pai Nosso”, na Missa, não é
concluída pelo "Amém", ou seja, não se fala amém depois dessa oração na Missa. O "Amém" só virá após a oração "Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos apóstolos..."
O Rito da Paz
“no qual a Igreja implora a paz e a unidade para si própria e para toda
a família humana, e os féis exprimem uns aos outros a comunhão eclesial
e a caridade mútua, antes de comungarem no Sacramento”. Neste momento
não podemos perder o foco e cumprimentar os mais próximos a nós de
maneira ordeira e ainda em profunda reverência ao Senhor que está sobre o
altar.
A fração do Pão
é feita acompanhada do “Agnus Dei”, o "Cordeiro de Deus". Esta oração é a mesma feita pelos
eleitos no Apocalipse, o que exprime a profunda comunhão entre a Igreja
triunfante com a Igreja militante. A fração do Pão significa que todos
os fiéis, apesar de muitos são e participam do mesmo corpo.
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A comunhão é o momento sagrado de
consumação do Sacrifício, através dela cumpre-se a promessa de Nosso
Senhor no Evangelho de São João: "Eu
sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá
eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação
do mundo" (Jo 6,51). Para
receberem o precioso Corpo e Sangue do Senhor, os fiéis devem exprimir
um ato de adoração antes de fazê-lo: ou uma reverência, ou uma
genuflexão ou recebem o Senhor de joelhos, como já se faz por tradição
antiquíssima. A comunhão na mão também é possível, mas deve-se ter muito
cuidado para não deixar que nenhum fragmento caia no chão. É muito
salutar receber a Eucaristia, ajoelhado e na boca, para evitar que
qualquer fragmento se perca e também consubstancia grande reverência e profunda admiração de quem comunga para com nosso Senhor Jesus Cristo. Cristo é o motivo de todo nosso ser.Ele é a fonte de graça a fim de participarmos dos bens celestes, ele merece toda nossa expressão de amor!
E, "Para completar a oração do povo de
Deus e concluir todo o rito da Comunhão, o sacerdote diz a oração depois
da Comunhão, na qual implora os frutos do mistério celebrado".
Ritos Finais
Nos Ritos Finais, encontramos:
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- Avisos breves, se forem necessários;
- Saudação e
bênção do sacerdote, a qual, em certos dias e em ocasiões especiais, é
enriquecida e amplificada com uma oração sobre o povo ou com outra
fórmula mais solene de bênção (na foto, à direita, o Papa Francisco dá a Bênção Solene no final da Missa a todos os presentes).
- Despedida da assembleia, feita pelo diácono ou sacerdote. A fim de iniciarmos nossa missão como Cristãos naquela semana, até a próxima Santa Missa.
Agora você já pode participar da Santa Missa tendo um amplo conhecimento de seu significado e maior compreensão dos atos do sacerdote e dos fiéis leigos.
Lembre-se: "Ninguém ama aquilo que não conhece!", se você ficou com dúvida ou não compreendeu, pergunte a um catequista, converse com um padre, busque se informar, pois A SANTA MISSA É UMA PEDRA MUITO PRECIOSA PARA SER DEIXADA ROLANDO DE UM LADO PARA OUTRO EM UM CAMINHO QUALQUER!
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|Referência Bibliográfica:
Instrução Geral do Missal Romano (IGMR) - Edição Típica Vaticana para a língua portuguesa - Roma 2002
|Textos adaptados:
ChurchPOP. Acesso em 17 de agosto de 2016.