terça-feira, 26 de abril de 2016

A 1º Missa no Brasil! E, uma errata...

516 anos: Uma falha sobre a história da 1ª Missa no Brasil!



     Quase todos nós ao ouvirmos falar da primeira Missa celebrada em território brasileiro imediatamente trazemos à nossa mente a imagem imortalizada pela tela de Victor Meirelles de 1860 e atualmente exposta no Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro (imagem acima). A pintura, de estilo romântico, representa os indígenas e portugueses assistindo a uma Missa celebrada pelo Frei Henrique de Coimbra, acolitado por um outro frade, diante de uma grande cruz de madeira armada junto do altar da celebração. Por ocasião dos 512 anos da celebração da primeira missa no Brasil, comemorado no, dia 26 de abril de 2012, essa imagem está sendo compartilhada nas redes sociais para relembrar o evento. Contudo, a tela de Meirelles retrata na verdade, a segunda Missa no Brasil, celebrada dia 1º de maio. Como assim?!

     No dia 26 de abril de 1500, os portugueses celebraram a primeira missa no Brasil, mas na ilha da Coroa Vermelha, uma ilhota que já não existe mais. Era Domingo da Oitava de Páscoa, e a Missa foi celebrada de forma cantada, sobre um altar montada debaixo de um dossel, assistida por cerca de 1000 homens da esquadra de Pedro Álvarez Cabral. Na praia do continente, cerca de 200 indígenas acompanhavam de longe a cerimônia. 


     "Ao domingo de Pascoa pela pela manhã, determinou o Capitão ir ouvir missa e sermão naquele ilhéu. E mandou a todos os capitães que se arranjassem nos batéis e fossem com ele. E assim foi feito. Mandou armar um pavilhão naquele ilhéu, e dentro levantar um altar mui bem arranjado. E ali com todos nós outros fez dizer missa, a qual disse o padre frei Henrique, em voz entoada, e oficiada com aquela mesma voz pelos outros padres e sacerdotes que todos assistiram, a qual missa, segundo meu parecer, foi ouvida por todos com muito prazer e devoção. 
     Ali estava com o Capitão a bandeira de Cristo, com que saíra de Belém, a qual esteve sempre bem alta, da parte do Evangelho.
     Acabada a missa, desvestiu-se o padre e subiu a uma cadeira alta; e nós todos lançados por essa areia. E pregou uma solene e proveitosa pregação, da história evangélica; e no fim tratou da nossa vida, e do achamento desta terra, referindo-se à Cruz, sob cuja obediência viemos, que veio muito a propósito, e fez muita devoção.
     Enquanto assistimos à missa e ao sermão, estaria na praia outra tanta gente, pouco mais ou menos, como a de ontem, com seus arcos e setas, e andava folgando. E olhando-nos, sentaram. E depois de acabada a missa, quando nós sentados atendíamos a pregação, levantaram-se muitos deles e tangeram corno ou buzina e começaram a saltar e dançar um pedaço. E alguns deles se metiam em almadias - duas ou três que lá tinham - as quais não são feitas como as que eu vi; apenas são três traves, atadas juntas. E ali se metiam quatro ou cinco, ou esses que queriam, não se afastando quase nada da terra, só até onde podiam tomar
pé.
     Acabada a pregação encaminhou-se o Capitão, com todos nós, para os batéis, com nossa bandeira alta."
(Carta de Pero Vaz de Caminha a El-Rey Dom Manuel I de Portugal, Porto Seguro, 1º de maio de 1500. Os grifos são meus)
      O motivo desta celebração ter sido mais afastada foi provavelmente de que o capitão não se sentia seguro de mandar celebrar a liturgia no continente por ainda não ter contatos suficientes com os nativos da terra.

     Foi só na sexta-feira, 1º de maio, que o Frei Henrique de Coimbra celebrou Missa solene diante da cruz de madeira plantada na terra da praia de Porto Seguro, a qual assistiu toda a esquadra e uma grande quantidade de indígenas que se juntaram para observarem a cerimônia.


     "E hoje que é sexta-feira, primeiro dia de maio, pela manhã, saímos em terra com nossa bandeira; e fomos desembarcar acima do rio, contra o sul onde nos pareceu que seria melhor arvorar a cruz, para melhor ser vista. E ali marcou o Capitão o sítio onde haviam de fazer a cova para a fincar. E enquanto a iam abrindo, ele com todos nós outros fomos pela cruz, rio abaixo onde ela estava. E com os religiosos e sacerdotes que cantavam, à frente, fomos trazendo-a dali, a modo de procissão. Eram já aí quantidade deles, uns setenta ou oitenta; e quando nos assim viram chegar, alguns se foram meter debaixo dela, ajudar-nos. Passamos o rio, ao longo da praia; e fomos colocá-la onde havia de ficar, que será obra de dois tiros de besta do rio. Andando-se ali nisto, viriam bem cento cinqüenta, ou mais. Plantada a cruz, com as armas e a divisa de Vossa Alteza, que primeiro lhe haviam pregado, armaram altar ao pé dela. Ali disse missa o padre frei Henrique, a qual foi cantada e oficiada por esses já ditos. Ali estiveram conosco, a ela, perto de cinqüenta ou sessenta deles, assentados todos de joelho assim como nós. E quando se veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles se levantaram conosco, e alçaram as mãos, estando assim até se chegar ao fim; e então tornaram-se a assentar, como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se puseram assim como nós estávamos, com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados que certifico a Vossa Alteza que nos fez muita devoção.
     Estiveram assim conosco até acabada a comunhão; e depois da comunhão, comungaram esses religiosos e sacerdotes; e o Capitão com alguns de nós outros. E alguns deles, por o Sol ser grande, levantaram-se enquanto estávamos comungando, e outros estiveram e ficaram. Um deles, homem de cinqüenta ou cinqüenta e cinco anos, se conservou ali com aqueles que ficaram. Esse, enquanto assim estávamos, juntava aqueles que ali tinham ficado, e ainda chamava outros. E andando assim entre eles, falando-lhes, acenou com o dedo para o altar, e depois mostrou com o dedo para o céu, como se lhes dissesse alguma coisa de bem; e nós assim o tomamos!
     Acabada a missa, tirou o padre a vestimenta de cima, e ficou na alva; e assim se subiu, junto ao altar, em uma cadeira; e ali nos pregou o Evangelho e dos Apóstolos cujo é o dia, tratando no fim da pregação desse vosso prosseguimento tão santo e virtuoso, que nos causou mais devoção.
     Esses que estiveram sempre à pregação estavam assim como nós olhando para ele. E aquele que digo, chamava alguns, que viessem ali. Alguns vinham e outros iam-se; e acabada a pregação, trazia Nicolau Coelho muitas cruzes de estanho com crucifixos, que lhe ficaram ainda da outra vinda. E houveram por bem que lançassem a cada um sua ao pescoço. Por essa causa se assentou o padre frei Henrique ao pé da cruz; e ali lançava a sua a todos - um a um - ao pescoço, atada em um fio, fazendo-lha primeiro beijar e levantar as mãos. Vinham a isso muitos; e lançavam-nas todas, que seriam obra de quarenta ou cinqüenta. E isto acabado - era já bem uma hora depois do meio dia - viemos às naus a comer, onde o Capitão trouxe consigo aquele mesmo que fez aos outros aquele gesto para o altar e para o céu, (e um seu irmão com ele). A aquele fez muita honra e deu-lhe uma camisa mourisca; e ao outro uma camisa destoutras.
     E segundo o que a mim e a todos pareceu, esta gente, não lhes falece outra coisa para ser toda cristã, do que entenderem-nos, porque assim tomavam aquilo que nos viam fazer como nós mesmos; por onde pareceu a todos que nenhuma idolatria nem adoração têm. E bem creio que, se Vossa Alteza aqui mandar quem entre eles mais devagar ande, que todos serão tornados e convertidos ao desejo de Vossa Alteza. E por isso, se alguém vier, não deixe logo de vir clérigo para os batizar; porque já então terão mais conhecimentos de nossa fé, pelos dois degredados que aqui entre eles ficam, os quais hoje também comungaram.
      Entre todos estes que hoje vieram não veio mais que uma mulher, moça, a qual esteve sempre à missa, à qual deram um pano com que se cobrisse; e puseram-lho em volta dela. Todavia, ao sentar-se, não se lembrava de o estender muito para se cobrir. Assim, Senhor, a inocência desta gente é tal que a de Adão não seria maior - com respeito ao pudor. Ora veja Vossa Alteza quem em tal inocência vive se se convertera, ou não, se lhe ensinarem o que pertence à sua salvação.
      Acabado isto, fomos perante eles beijar a cruz. E despedimo-nos e fomos comer."
(Continuação da Carta de Pero Vaz de Caminha)


   Fica assim, desfeito o engano. A primeira missa no Brasil foi celebrada em um Domingo, dia 26 de abril, na ilhota da Coroa Vermelha. O que Victor Meirelles representou em seu quadro de 1860 é a primeira Missa celebrada em terras continentais do Brasil, na sexta-feira, 1º de maio de 1500. Nada disso, contudo, anula a memória deste dia, em que comemoramos a primeira Missa celebrada em terras brasileiras, onde por singular graça e sagrado privilégio, nossa Pátria nasceu sendo oferecida a Deus junto com o Santo Sacrifício de Seu Filho e Senhor Nosso, Jesus Cristo.
     Brasil: Terra de Santa Cruz!

|Referência:
KUHNEN, Alceu. As Origens da Igreja no Brasil: 1500 a 1552.Bauru, EDUSC, 2005.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O Santo Terço

Brasão Santuário N. Sra. do Carmo.jpg 
O Santo Terço
 
Na Cruz:
https://movimentojovensmarianos.files.wordpress.com/2010/08/como_reza_terco.jpg- SINAL DA CRUZ (é uma profissão de fé no mistério da Santíssima Trindade).
- CREIO (para atestar nossa fé em todas as verdades ensinadas por Cristo, reza-se esta oração).
Na primeira conta grande:
(Terminado o Credo, presta-se homenagem à Santíssima Trindade com um Pai-Nosso, Três Ave-Marias e um Glória ao Pai).
- PAI-NOSSO
Nas três contas pequenas:
- 3 AVE-MARIAS (as Ave-Marias são em honra a Deus Pai que nos criou; a Deus Filho que nos Remiu; e, ao Espírito Santo que nos Santifica).
A cada início de um Mistério: 
- 1 GLÓRIA AO PAI
  Glória ao Pai, ao Filho e o Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
- 1 PAI-NOSSO
- 10 AVE-MARIAS
- JACULATÓRIA
  Ó, Meu Jesus! Perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem.
Mistérios:
(Os mistérios de cada dia nos ajudam a meditarmos e refletirmos sobre um determinado acontecimento na vida de Jesus. Assim, conseguimos nos aproximar mais do seu amor por nós e podemos tê-lo, cada vez mais, como exemplo para nossa vida, afinal esse é nosso objetivo: Cristo é nosso exemplo!)

Captura de tela de 2016-04-04 15:31:00.png
© Catequisar
No final do Terço:
- AGRADECIMENTO
  “Infinitas Graças Vos damos, soberana Rainha, pelos benefícios que todos os dias recebemos de Vossas Mãos Liberais.Dignai-Vos, agora e sempre, tomar-nos debaixo de Vosso poderoso amparo e, para mais Vos obrigar, Vos saudamos com uma Salve Rainha”
- SALVE RAINHA
  Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos, os degredados filhos de Eva; a vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei; e depois deste desterro nos mostrai Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria. Rogai por nós, santa Mãe de Deus: para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.

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 | © Direito de imagem
1ª -  desconhecido. 

segunda-feira, 4 de abril de 2016

A Liturgia das Horas - Santificação diária do cristão





A essência da Liturgia das Horas é a santificação das horas do dia do cristão, através das várias horas do Ofício Divino.

https://animacionliturgica.files.wordpress.com/2010/07/monjes-liturgia-de-las-horas-001-001.jpg
Antiga iluminura representando as diferentes Horas Litúrgicas a serem recitadas ao longo do dia
Após a reforma promovida pelo Concílio Vaticano II existem cinco ou sete horas canônicas. São elas: Ofício das Leituras, para ser recitado de madrugada, contudo, reconhecendo as necessidades de adaptação do homem moderno, a Igreja diz que pode ser recitado ao longo do dia, desde que se mantenha o caráter de vigília.

Laudes ou Oração da Manhã, que é uma oração de louvor dado a Deus pela vida recebida. Atualmente composta de um Salmo, um hino do Antigo Testamento e um Salmo de louvor, de onde provém o nome. Existem alguns outros elementos nessa oração, mas o coração é este mencionado. É nesta hora canônica que se recita o Benedictus ou o Cântico de Zacarias.

Hora média, que pode se desdobrar em mais três: tércia, próxima das 09h00, sexta, próxima do meio dia e noa, próxima das 15h00. Elas podem ser recitadas como sendo uma só, para não multiplicar excessivamente os horários canônicos.
Vésperas ou Oração da Tarde, composta por dois Salmos e um hino do Novo Testamento. Recita-se nessa hora o Magnificat, que é o Cântico de Nossa Senhora.

Por fim, as Completas ou Oração da Noite, composta por um Salmo e o hino de Simeão.

Esta é a essência das cinco horas canônicas da Liturgia das Horas que pode e deve ser recitada por todos os fiéis. Contudo, existem algumas pessoas que são obrigadas a rezá-las. É o caso dos sacerdotes e dos religiosos, mas nada impede que todos a recitem.

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Monges recitando o Ofício Divino em comunidade
O Concílio Vaticano II incentivou a que, cada vez mais, se recite a Liturgia das Horas com a comunidade dos fiéis, para que esse tesouro da Igreja não fique reservado somente aos padres, mas que seja distribuído também aos fiéis, para que possam santificar o dia por meio da oração.

Para a oração, nada melhor do que utilizar a própria Palavra de Deus para falar com Ele. Por isso, a récita da Liturgia das Horas é uma escola de oração. Jesus Cristo recitou também os Salmos. Os Apóstolos igualmente. Da mesma forma, a Igreja continua recitando esta belíssima liturgia ao longo dos séculos.

O Papa Paulo VI ao promulgar a reforma da Liturgia das Horas, através da Constituição Apostólica Laudis Canticum, iniciou-a com uma frase que oferece a nota teológica da Liturgia das Horas. Ele disse: 
“O CÂNTICO DE LOUVOR que ressoa eternamente nas moradas celestes, e que Jesus Cristo, Sumo Sacerdote, introduziu nesta terra de exílio, foi sempre repetido pela Igreja, durante tantos séculos, constante e fielmente, na maravilhosa variedade de suas formas.”
Assim, quando se recita as orações da Liturgia das Horas louva-se a Deus, na terra, fazendo um louvor que no céu é incessante. Na santificação do dia, das horas, no tempo, a realidade da eternidade se faz presente. Também nós queremos, por meio do louvor, transformar a nossa vida em história de salvação.

O padre Paulo Ricardo, grande professor da nossa Igreja, possui um site com uma enorme quantidade de vídeos sobre explicações da nossa fé católica, sobre nossa Santa Igreja, a vida dos santos, dúvidas de todos os cristãos, questões polêmicas e como entendê-las à luz da fé, cursos, comentários, homilias diárias etc. Acesse o site: padrepauloricardo.org.

É bom e necessário, faz parte da vida cristã buscar compreender a sua fé, aprofundá-la com base na vida dos santos, possuir argumentos de evangelização e viver verdadeiramente a fé. Muito mais que saber os dogmas da Igreja, simplesmente ensinar, saber decoradamente versos bíblicos, ter conhecimento da liturgia, é saber VIVER a nossa fé! Vamos viver a fé! Porque quando a vivemos não precisamos nem mesmo dizer que somos cristãos, nossos olhos, gestos e atitudes já falam por nós. A luz de Cristo ressuscitado já resplandece em nossa face sem que queiramos ou saibamos. Assim como diz o apóstolo Paulo aos Gálatas:
"Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim".
(Gálatas 2,20)
| Texto adaptado de:
RICARDO, Pe. Paulo. O que é a Liturgia das Horas e qual a sua importância?2016. Disponível em:
 <https://padrepauloricardo.org/episodios/o-que-e-a-liturgia-das-horas-e-qual-a-sua-importancia>. Acesso em: 04 abril de 2016.

sábado, 26 de março de 2016

A Vigília Pascal no Sábado Santo, mãe de todas as vigílias.

     Segundo antiquíssima tradição, esta noite é comemorada em honra do Senhor, e a Vigília que nela se celebra, em memória da noite santa em que Cristo ressuscitou, é considerada “a mãe de todas as santas Vigílias”. Nela, a Igreja mantém-se de vigia à espera da Ressurreição do Senhor e celebra-a com os sacramentos da Iniciação cristã.   
     "A Ressurreição de Jesus não pode ficar a dois mil anos da história, da nossa história. Ou ressuscitamos com Jesus ou essas festas não terão tido o fruto que Deus pedia de nós. A partir de hoje teremos 50 dias de festa, que é um só dia. Caso ainda não tenhamos pensado as coisas segundo o Coração de Deus, tarefa para toda a vida, ainda podemos começar… nunca é tarde! Cristo ressuscitou e nos espera de braços abertos. Ele nos levará ao encontro do Pai" - Pe. Françoá Costa.

 Bendito seja Cristo Senhor,
Que é do Pai imortal esplendor!
 
Exulte de alegria dos anjos a multidão

Exultemos também nós por tão grande salvação.

Do grande Rei a vitória cantemos o resplendor
Das trevas surgiu a glória, da morte o libertador.
No esplendor desta noite,
que viu os hebreus libertos
Nós, os cristãos, bem despertos,
brandemos: morreu a morte!

Noite mil vezes feliz,
em círio de virgem cera
Nova esperança se acende
no seio da tua igreja
.
 Noite mil vezes feliz,
noite clara como o dia
Na luz de Cristo glorioso
exultemos de alegria!

© L'Osservatore Romano
Papa Francisco, na Vigília Pascal do Sábado Santo - Basílica de São Pedro (Vaticano)
 


sexta-feira, 25 de março de 2016

Sexta-feira da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo

     Neste dia em que Cristo, nossa Páscoa, foi imolado, torna‐se clara a realidade que já nos foi anunciada em figura e mistério: a ovelha verdadeira substitui a ovelha figurativa. 
      Desta forma, nosso Senhor Jesus Cristo realizou o Mistério Pascal da sua bem‐aventurada Paixão e, assim, morrendo, destruiu a nossa morte e, ressuscitando, restaurou a nossa vida. Foi do lado de Cristo adormecido na Cruz que nasceu o admirável Sacramento de toda a Igreja. 
      Hoje, de modo solene e reverente, viemos reconhecer que de um madeiro o ser humano caiu em pecado no Éden e, por meio de um madeiro, a Santa Cruz, nos foi dada a nossa salvação com a morte do Cristo.

© L'Osservatore Romano
Papa Bento XVI, na Sexta-feira da Paixão do Senhor - Basílica de São Pedro (Vaticano) 
Salmo 30 (31) 

Pai, em tuas mãos
entrego o meu espírito.


1. Senhor, eu ponho em vós minha esperança;

que eu não fique envergonhado eternamente!

Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito,

porque vós me salvareis, ó Deus fiel.



2. Tornei-me o opróbrio do inimigo,

o desprezo e zombaria dos vizinhos,

e objeto de pavor para os amigos;

fogem de mim os que me veem pela rua!



3. A Vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio,

e afirmo que só Vós sois o meu Deus!

Eu entrego em vossas mãos o meu destino;

libertai-me do inimigo e do opressor!



4. Mostrai, serena, a vossa face ao vosso servo,

e salvai-me pela vossa compaixão!

Fortalecei os corações, tende coragem,

todos vós que ao Senhor vos confiais!

quinta-feira, 24 de março de 2016

A Quinta-feira Santa, motivo de grande alegria!

     Eis o motivo de nossa alegria neste dia!
    Bendita seja a santa noite de hoje, em que Cristo instituiu a Eucaristia, o Sacerdócio ministerial e nos deu o grande mandamento do amor: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".
 

"Este é o meu corpo que será entregue por vós, este é o cálice da nova aliança no meu Sangue, diz o Senhor. Todas as vezes que os receberdes fazei-o em minha memória"

 © Peter Rubens - "A Última Ceia"

quarta-feira, 9 de março de 2016

Campanha da Fraternidade 2016

© CNBB - 2016
   Todo ano a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, lança uma nova Campanha da Fraternidade (CF) para toda a Igreja Católica aqui no Brasil durante o período que antecede a Páscoa do Senhor, a Quaresma
 
    O que é a CNBB?
    Esta Conferência é composta por todos os bispos que estão no território brasileiro e tem como uma de suas várias funções a organização da Igreja em nosso país, tomando decisões em conjunto com um grande número de bispos e prestar diferentes tipos de assistência tendo em vista o futuro da Igreja aqui no Brasil.
   
   O que é a Campanha da Fraternidade?
    É uma campanha anual que existe desde 1961 e tem por objetivo conscientizar os fiéis católicos à responsabilidade com o tema apresentado afim de que se desperte a fraternidade e o amor verdadeiro, aquele que não espera nada em troca, de um irmão para com o outro e também promover a responsabilidade de todos para com as questões da fé de nossa Santa Igreja. Ela sempre é lançada pela CNBB no período da Quaresma, e se expira até o lançamento do novo tema na Quaresma do ano seguinte. Neste ano de 2016 há uma grande novidade! A Campanha da Fraternidade é ECUMÊNICA, não está reservada só aos fiéis católicos no Brasil!

   O que significa "ecumênica"?
   Ecumênico(a), de acordo com o dicionário InFormal, é:
   "No Novo Testamento, esta palavra é usada em várias ocasiões (ver Mateus 24.14; Lucas 2.1; 4.5; 21.26; Atos 11.28; Romanos 10.18; Hebreus 1.6; 2.5; e Apocalipse 12.9), para se referir ao 'mundo inteiro', a 'toda a terra' ". ¹
   Isto quer dizer que, a ideia de algo ecumênico está no âmbito daquilo que é comum, ou seja, é igual a todos. Como vamos ver adiante o tema central para este ano de 2016 diz respeito ao mundo, local onde todos nós vivemos. Por isso, neste ano a Campanha da Fraternidade é ecumênica, pode ser aceita por todas as religiões e pessoas de boa vontade que desejarem se juntar à responsabilidade de cuidar da Casa Comum, isso quer dizer, da Terra, nossa casa, nosso planeta, e, poderá fazer parte desse grupo enorme de pessoas que querem, este ano e nos seguintes, fazer do mundo um lugar melhor. Esse é o objetivo da Campanha da Fraternidade.

     O que são os objetivos permanentes e quais são eles?
   Objetivos permanentes são os objetivos que continuarão presentes em toda Campanha da Fraternidade. São objetivos que deverão continuar sendo cuidados para sempre serem concretizados. 
    São eles:
1 – Despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum;
2 – Educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho;
3 – Renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária (todos devem evangelizar e todos devem sustentar a ação evangelizadora e libertadora da Igreja)”. ²
    Qual o objetivo geral e os objetivos específicos para a CF de 2016?
        Objetivo geral:
   Assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum.
Objetivos específicos:
  1. Unir igrejas, diferentes expressões religiosas e pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico;
  2. Estimular o conhecimento da realidade local em relação aos serviços de saneamento básico;
  3. Incentivar o consumo responsável dos dons da natureza, principalmente da água;
  4. Apoiar e incentivar os municípios para que elaborem e executem o seu Plano de Saneamento Básico;
  5. Acompanhar a elaboração e a excussão dos Planos Municipais de Saneamento Básico;
  6. Desenvolver a consciência de que políticas públicas na área de saneamento básico apenas tornar-se-ão realidade pelo trabalho e esforço em conjunto;
  7. Denunciar a privatização dos serviços de saneamento básico, pois eles devem ser política pública como obrigação do Estado;
  8. Desenvolver a compreensão da relação entre ecumenismo, fidelidade à proposta cristã e envolvimento com as necessidades humanas básicas.²
    Qual a explicação do cartaz da CF de 2016?
        O cartaz deste ano foi desenvolvido pelo artista Anderson Augusto de Souza Pereira e segundo a explicação do próprio autor publicada no site da CNBB ele nos explica:
   "Nem sempre estamos atentos para atitudes simples, por exemplo, o descarte correto do lixo, ligar nossas casas às redes de esgoto, cuidar da água, entre outras. A falta desses cuidados fere a Criação, de forma que, no lugar de flores, jardins e frutos diversos vemos esgoto a céu aberto, rios poluídos e monoculturas. A diversidade da criação de Deus desaparece.
   A terra alegre fica triste. No entanto, a fé em Jesus Cristo nos anima a assumirmos o cuidado com a Casa Comum como resposta ao amor incondicional que Deus oferece a cada um e cada uma de nós. Assumir esse compromisso reacende a esperança de um novo céu e uma nova terra onde habitam a justiça e o direito.
   É isso que expressa o rosto da mulher em destaque no cartaz. Queremos que as mudanças dos paradigmas e valores que nos orientam nessa sociedade de consumo transformem o rio poluído em água cristalina e habitado por muitos peixes, a terra seca em uma terra renovada e abundante. Com essa transformação, poderemos dançar e celebrar a esperança de que o projeto da Casa Comum não terá fim, mas continuará por gerações e gerações". ²

    Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016
Tema: 
 "CASA COMUM, NOSSA RESPONSABILIDADE"
Lema:  
"QUERO VER O DIREITO BROTAR COMO FONTE E CORRER A JUSTIÇA QUAL RIACHO QUE NÃO SECA" (Am 5, 24)
Oração Oficial: 
 "Deus da vida, da justiça e do amor, Vós fizestes com ternura o nosso planeta, morada de todas as espécies e povos. Dai-nos assumir, na força da fé e em irmandade ecumênica, a corresponsabilidade na construção de um mundo sustentável e justo, para todos.
No seguimento de Jesus, com a Alegria do Evangelho e com a opção pelos pobres."
Dom Pedro Casaldáliga (Prelazia de São Felix do Araguaia)


| Referências:
¹ http://www.dicionarioinformal.com.br/ecum%C3%AAnico/
² http://campanhas.cnbb.org.br/campanha/campanha-da-fraternidade-2016



sexta-feira, 4 de março de 2016

Santa Missa de Envio para catequizandos, pais e catequistas!

   Neste sábado, dia 05/03, às 9h, teremos a Santa Missa de Envio para catequizandos, pais e catequistas com o objetivo de bem iniciarmos mais um ano catequético no Santuário N. Sra. do Carmo.
      
Nós, cristãos, não podemos parar de EVANGELIZAR e levar o AMOR DE CRISTO àqueles que não conhecem Ele o bastante ainda.  
Vamos para a Missão permanente da Igreja de levar o Evangelho e o Amor de Cristo a todos!

 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

O Rito Extraordinário da Igreja

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdpJqT3sfalfDO2jsgDMyD_97Dhedk9nHTDuPz0tyDtfdp0z9XRuDlGqqzINbgxTo3U9mWhwZsjnwBedWksNToZFgFjmZWrUWBG73R55RLjjHjkWrxtNRJNTdjzPw6ZEBFhO-X1pF6B2jY/s1600/image_thumb%255B1%255D.png

 1. O que é o Rito Extraordinário?
      A Santa Missa que temos hoje, que faz parte do Rito Ordinário da nossa Igreja (aquela que ocorre sempre), não foi a mesma desde o princípio da Igreja. As primeiras Santas Missas eram de costas para o povo, que em latim diz-se Versus Deum (voltado para Deus)e rezada toda em latim e os paramentos dos sacerdotes eram um pouco diferentes dos de hoje. Depois do Concílio Vaticano II, uma grande reunião de bispos com o papa, a Igreja fez uma revisão deste antigo rito, formando uma nova liturgia, assim, realizando uma reforma para a Missa do Rito Antigo, e transformando-a no que é hoje. Podemos notar as diferenças já na posição do sacerdote, onde ele fica virado para o povo, em latim diz-se Versus Populum (voltado para o povo), e a Missa já é rezada em língua vernácula, ou seja, na língua oficial da região onde é celebrada.
      Porém, a Santa Missa na forma extraordinária NÃO ESTÁ PROIBIDA, OU ABOLIDA, ela ainda é aceita pela Igreja Católica, mas é pouco celebrada em comparação ao Rito Novo.   
2. Vídeos oficiais da Santa Sé, para referência aos padres que queiram celebrar a Missa no Rito Extraordinário
     Trago-lhes hoje 5 vídeos oficiais da Santa Sé, criados pelo Vaticano, mostrando detalhadamente cada passo a ser seguido durante a Santa Missa do Rito Antigo, também chamada de Rito Extraordinário, Missa de Sempre, Missa de São Pio V, bem como outros nomes; todos estes são atribuídos à mesma forma do Rito Extraordinário.







                    
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/02/Missa_tridentina_002.jpg
     3. Conclusão

 A dimensão da Liturgia Antiga é imensa, realmente fantástica! Tem um significado muito profundo e se faz necessário que os antigos costumes da Igreja sejam plenamente preservados com sabedoria. A intenção do Concílio Vaticano II foi de proporcionar uma mudança em diferentes aspectos do Rito para que fosse atendido o principal objetivo desta reunião de bispos do mundo inteiro e do papa João XXIII, e depois com o papa Paulo VI, de fazer a participação dos fiéis ATIVA, CONSCIENTE, PLENA E FRUTUOSA, como dizem os próprios documentos do Concílio. 
Ambos os ritos nos proporcionam poder conhecer um pouco mais da Graça de Deus por meio da Celebração da Eucaristia. Cada um, ao seu modo, e com suas particularidades, não deixam de colocar como centro da celebração Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é para onde todo nós devemos nos voltar e, à exemplo dEle, sermos verdadeira Luz neste mundo de tanta escuridão e esquecimento das coisas de Deus. 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O que é o Tempo da Quaresma?

Ilustração de Cristo no deserto
     Chama-se Quaresma os 40 dias anteriores à Ressurreição do Senhor. Neste tempo, todos os fiéis católicos entram em um período de intensa preparação para a maior solenidade da Igreja, a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Quaresma tem início na Quarta-feira de Cinzas e termina na manhã da Quinta-feira Santa. Temos como exemplo para viver a Quaresma, o tempo de 40 dias que passou Cristo no deserto, se preparando para seu maior ato de amor por toda a humanidade, sua morte de cruz.
     O tempo total da Quaresma é, na verdade, de 47 dias, entretanto os 7 dias que sobram, são os Domingos, Dia do Senhor. Os Domingos já são dias santos de guarda dedicados ao Senhor, por isso não se contam.
     Os números 4 e 0 constituem para nós, cristãos, um grande significado. Nas Sagradas Escrituras, o número quatro significa o universo material. Os zeros, o número de dias que ficaremos na Terra, como significação de uma passagem muito rápida por aqui. Somos seres criados para vivermos juntos de Deus, com os Anjos e Santos na Glória Eterna, no Céu, mas isso nos foi impossibilitado pela queda no Éden. O tempo de 40 dias é mencionado na Bíblia ao menos três vezes: os 40 dias do Dilúvio, os 40 anos de peregrinação do povo de Israel em busca da Terra Prometida e 40 dias de Moisés e de Elias na montanha, e ainda, dos 40 dias de Jesus no deserto.

Foto
Papa Francisco proferindo sua
homilia e usando paramentos
 roxos. 
      Para muitos teólogos a Quaresma é o "tempo favorável", em que torna-se ainda mais possível a redescoberta e o aprofundamento do autêntico discípulo de Cristo. É um tempo de conversão espiritual, um tempo de total preparação para reconhecer que Cristo morreu por amor, para nos salvar. O Sacramento da Penitência, ou Confissão, toma uma dimensão ainda maior que em outros tempos. Devemos lembrar que "Deus nunca cansa de perdoar; nós é que, por vezes, nos cansamos de pedir perdão" (Papa Francisco).
    Dentro desta conversão somos convidados pela Igreja para viver ardentemente a oração, o jejum e a esmola (ou caridade), através do Evangelho lido na Quarta-feira de Cinzas. 


"O que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia recebe. Oração, misericórdia, jejum: três coisas que são uma só e se vivem reciprocamente" (Pedro Crisólogo, Sec. IV).
(há uma postagem especial sobre os exercícios espirituais da Quaresma: clique aqui!)
Papa Bento XVI em procissão e
 usando paramentos 
 róseos.
 
     A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa penitência e conversão às coisas de Cristo. No entanto, no penúltimo domingo da Quaresma, o 4º, também conhecido como Domingo Laetare (do latim, Domingo Feliz), é permitido que se use paramentos róseos. O rosa, ou róseo, é a união da cor roxa com a branca, se o roxo significa penitência e o branco alegria, o róseo quer dizer que ainda estamos em um tempo de penitência e oração, mas este tempo está próximo de acabar para que a Páscoa do Senhor possa ser celebrada.
     Há algumas particularidades neste tempo da Quaresma, uma delas é que se omitem alguns cantos, o "Glória a Deus nas Alturas" e o "Aleluia". Estes dois cantos são os mais alegres na Liturgia, mas neste tempo roxo, estamos vivendo um período de recolhimento. É claro que estamos alegres pelo fato de cada vez mais estarmos perto da Páscoa do Senhor, mas precisamos viver intensamente este momento de interiorização para podermos estar preparados para o grande dia da Ressurreição do Senhor. Para mantermos o clima de sobriedade que a Quaresma exige, devemos fazer o máximo de silêncio na Santa Missa, por isso esses cantos não são cantados. Devemos também deixar de usar os instrumentos para o canto que possuem maior potência de som, bem como não batemos palmas ou acenamos com as mãos, tudo isso para guardarmos toda nossa alegria para o dia da Páscoa.

| Referências:
FERNANDES, Ir. Veronice (PDDM). A Liturgia no Tempo da Quaresma (I). Curitiba, 2009.
FRANCISCO, Papa. Homilia durante a Santa Missa na Igreja Santa Ana. Vaticano, 2013.
 | © Direito de imagen
1ª - autor desconhecido. 
2ª e 3ª - L'Osservatore Romano 
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