quinta-feira, 20 de julho de 2017

É tempo de aproximar-se de Cristo: "Quem tudo dá a Cristo, não perde nada e ganha tudo!"

"Quem tudo dá a Cristo, não perde nada e ganha tudo!" 
- Papa Bento XVI

É muito difícil nos dias de hoje, em especial para os leigos, evadir-se do mundo para viver um tempo exclusivo de reflexão e oração. Todo ser humano, de tempos em tempos tem a necessidade de afastar-se e encontra-se consigo mesmo e assim buscar intimamente a Deus. 

© acervo pessoal
A Igreja, nos últimos meses do ano civil e início do ano litúrgico, nos concede um período de reflexão e recolhimento espiritual para rememorarmos os benefícios de Deus para com a humanidade toda quando dá ao mundo seu filho Jesus Cristo por meio do seio virginal de Maria, e este é, em toda sua excelência e singularidade, um precioso tempo de preparação para o Natal do Senhor, o Tempo do Advento. Também nos concede, a Santa Igreja, um período de 40 dias para refletirmos a tentação e ascese de Cristo no deserto, este é o tempo da Quaresma, a preparação para a Páscoa.

Além dos dois grandes períodos intensos de oração dado pela Igreja, como vimos resumidamente acima, podemos sentir - e isto é mais que natural - que devemos nos aproximar mais intimamente de Cristo, por meio de um gesto concreto de entrega. 

Estou nessa jornada hoje! Resolvi não esperar o Tempo do Advento ou da Quaresma mas agora, sem espera, correr para perto de Deus! Esta é uma atitude a ser tomada todos os dias: acordar e correr para os braços de Deus! Dormir e esquecer-se nos braços do Pai, para que no dia seguinte, se concedido por Ele mais uma oportunidade, possamos acordar e servir a Ele com maior generosidade!

Não deixem para o próximo Tempo do Advento ou da Quaresma para "firmar um propósito verdadeiramente firme" junto de Deus! O tempo de se aproximar é hoje, agora, neste instante! Sem reservas de tempo! O mundo pode esperar, aliás, há algo tão mais importante e preferencial do que estar com Cristo, servir a Cristo e dedicar-se integralmente a Cristo? 


© Domínio Público
Gosto muito de Dom Henrique Soares, bispo de Palmares/PE. Ouvindo suas pregações, homilias, palavras nas mídias sociais, lembro-me de uma frase que me impactou: "Vocês querem ver o amor? Vocês querem saber o que é o amor? Olhem o Cristo na Cruz! [...] Cristo é a causa que vele a pena!", NUNCA ESQUEÇAM-SE DISSO! Dom Henrique, citando uma parte da homília do papa Bento XVI na Santa Missa de inauguração de seu pontificado, dizia também: "Quem tudo dá a Cristo, não perde nada e ganha tudo!" 


Deem tudo a Cristo! Deem tudo a Cristo hoje, agora! E continuem dando tudo a Ele, do nascer ao pôr do sol! Sem medo! Colocando nEle as suas esperanças e alegrias! Como diz-nos Dom Henrique, Cristo é a causa que vale a pena! Em verdade, é a única causa que vale a pena! 

segunda-feira, 10 de abril de 2017

A história do papamóvel: os veículos que já carregaram os papas

Desde que os papas desceram da sédia gestatória nos anos 70, o carro usado pelo papa para saudar a multidão passou por várias transformações.

 

Desde que um papa usou um carro pela primeira vez, nos anos 1930, muita coisa mudou – tanto no papado quanto no setor automobilístico. O certo é que um dos elementos mais curiosos ligados às viagens do papa é o papamóvel, o carro blindado que permite que o pontífice seja visto melhor pela multidão.

 

O nome não é oficial, mas é um apelido dado pela mídia que colou. João Paulo II, porém, dizia não gostar da denominação. Desde que os papas desceram da sédia gestatória – um trono carregado sobre os ombros de oito a doze pessoas – nos anos 1970, o carro usado pelo papa para saudar a multidão passou por várias transformações.

Os primeiros automóveis do papa
Foi em 1909 que um papa ganhou, pela primeira vez, um automóvel. O então arcebispo de Nova York, John Murphy Farley, presenteou São Pio X com um Itala 20/30, mas o papa, avesso à nova invenção, nunca o usou. Seu sucessor, Bento XV, também não o usou. Foi só com Pio XI, um fã de automobilismo, que a situação mudou.

Em uma verdadeira competição para oferecer o veículo que mais agradaria ao papa, diversas montadoras presentearam Pio XI, depois que ele ganhou uma Bianchi Tipo 15 da Associação das Mulheres Católicas da Arquidiocese de Milão. A própria Bianchi lhe presenteou em seguida com uma Tipo 20. O preferido de Pio XI, porém, era um Graham-Paige 837.

Pio XI sobre em uma Bianchi Tipo 20 que acabava de ser doada a ele pela montadora (foto: Commons).
 Pio XI sobre em uma Bianchi Tipo 20 que acabava de ser doada a ele pela montadora (© foto: Commons).
Data dessa época o início da longa série de papamóveis fornecidos pela Mercedes-Benz. O primeiro deles, ao contrário de todos os outros, não foi um presente, mas foi comprado pelo Vaticano. Era um Nürburg 460 customizado, um pouco mais longo que a versão normal e com o estofado revestido em seda.

O fim da sédia gestatória
Enquanto os veículos fechados usados pelo papa para se deslocar normalmente são os sucessores das carruagens papais, os carros que põe o papa em destaque para que seja visto pela multidão em trajetos mais curtos substituíram a sédia gestatória, uma liteira em que o bispo de Roma era carregado por oito a doze pessoas. São esses carros que ganharam da mídia o apelido de “papamóveis”.

O último papa a usar a sédia gestatória foi João Paulo I, que dizia que a sua mãe lhe daria uma bronca se o visse sendo carregado por outras pessoas. Ainda assim, ele a usou durante todo o seu curto pontificado de 33 dias, em 1978, cedendo ao desejo dos fiéis de poderem ver o papa com mais facilidade.

João Paulo II renunciou ao seu uso completamente, no que foi seguido por Bento XVI. Na velhice, ambos usaram apenas plataformas baixas, sobre rodas e empurradas por duas pessoas, para percorrer os cem metros do corredor central da Basílica de São Pedro nas grandes celebrações.

Foto 2
Paulo VI saúda a multidão sobre um Toyota Land Cruiser (© foto: Pinterest).
Paulo VI, o antecessor de João Paulo I, já usava um carro aberto branco – um Toyota Land Cruiser – para saudar a multidão, mas ainda usava a sédia gestatória em cerimônias solenes. Quando João Paulo II a abandonou por completo, adotou o mesmo Toyota.

À prova de balas, mas nem sempre
O papamóvel fechado, à prova de balas, surgiu depois que João Paulo II levou três tiros em um atentado na Praça de São Pedro, em maio de 1981. Na ocasião o papa estava em um Fiat 1107 Nuova Campagnola, doado pela montadora italiana no ano anterior.

O veículo fechado, no entanto, é usado costumeiramente quando o papa viaja. Dentro do Vaticano, a segurança foi reforçada com detectores de metal nos portões de entrada e o papa continuou a usar um papamóvel aberto. O próprio Nuova Campagnola permaneceu em uso mesmo depois do atentado, por longos 27 anos, até que foi aposentado em 2007.

Bento XVI a bordo do mesmo Fiat usado por João Paulo II de 1980 a 2005. A foto é de 2007, último ano em que o carro foi usado (foto: Commons).
Bento XVI a bordo do mesmo Fiat usado por João Paulo II de 1980 a 2005. A foto é de 2007, último ano em que o carro foi usado ( © foto: Commons).

Dois veículos blindados foram usados pelo papa em viagens, um Mercedes-Benz 230 G e um Land Rover 110. Em 2002, eles foram substituídos por um Mercedes-Benz ML 340. Muitas vezes, porém, era o próprio país visitado que se encarregava de prover um papamóvel – e aí as versões do veículo são numerosíssimas.

João Paulo II no Mercedes-Benz ML 340 usado de 2002 a 2012 nas viagens papais (foto: ABC News).
João Paulo II no Mercedes-Benz ML 340 usado de 2002 a 2012 nas viagens papais (© foto: ABC News).

No ML 340, o carro mais usado por Bento XVI em suas viagens, o papa subia por uma porta na traseira do veículo e, uma vez sentado, o assento era elevado alguns centímetros. Além do banco do motorista e do passageiro, geralmente um segurança, à frente do veículo, havia lugar para duas pessoas dentro da cabine com o papa. Geralmente esses lugares eram ocupados pelo secretário do papa Bento, o monsenhor Georg Gänswein, e pelo bispo da cidade visitada.

Os papamóveis de hoje
Francisco, porém, mesmo nas viagens, não usa o papamóvel fechado. Ele costuma usar o mesmo Mercedes-Benz G 500 que está em uso no Vaticano desde 2007, quando o Nuova Campagnola foi aposentado. O veículo permite a acoplagem de uma cobertura de vidro que protege o papa do vento e de chuvas moderadas sem fechar as laterais do veículo.

O atual papamóvel em uso, com a cobertura acoplada. Na foto, com Francisco a bordo, na sua viagem aos EUA (foto: Commons).
O atual papamóvel em uso, com a cobertura acoplada. Na foto, com Francisco a bordo, na sua viagem aos EUA (© foto: Commons).
Além desse carro, o outro papamóvel que está atualmente à disposição do papa é um Mercedes-Benz M 500matic blindado, que foi entregue a Bento XVI no fim do seu pontificado, em 2012, e usado apenas uma vez pelo papa alemão. Francisco nunca o usou.

O atual papamóvel em uso, com a cobertura acoplada. Na foto, com Francisco a bordo, na sua viagem aos EUA (foto: Commons).
O atual papamóvel em uso, com a cobertura acoplada. Na foto, com Francisco a bordo, na sua viagem aos EUA (© foto: Commons).
Nem sempre, é claro, o papa viaja dentro de um carro parecido com um aquário. Para trajetos mais longos, em que não se prevê que o papa saúde as pessoas, usa-se um carro normal. Esses veículos geralmente eram automóveis de alto padrão até a eleição do papa Francisco.

Nesses casos, em Roma, o papa argentino costuma usar um Ford Focus ou um Renault 4 1984 que um padre italiano lhe deu em 2015. No Brasil, durante a Jornada Mundial da Juventude em 2013, usou um Fiat Idea. Na visita à Coreia do Sul, em 2014, transitou em um Kia Soul.

O atual papamóvel em uso, com a cobertura acoplada. Na foto, com Francisco a bordo, na sua viagem aos EUA (foto: Commons).
Francisco no Ford Focus que usa para transitar em Roma. © Reprodução.

  

| Publicado originalmente em:

Sempre {Família}. Disponível em: <http://www.semprefamilia.com.br/a-historia-do-papamovel-os-veiculos-que-ja-carregaram-os-papas/>. Acesso em: 03 abr. 2017. 

terça-feira, 4 de abril de 2017

5 mitos sobre a confissão que muitas pessoas ainda creem (talvez, você também!)

© Pixabay, Public Domain / ChurchPOP

O Sacramento da Confissão (ou Reconciliação) é uma parte amplamente incompreendida da fé católica, o que é muito triste, porque é um dos pontos mais importantes!

Aqui estão 5 dos mitos mais comuns:

Mito 1: A Confissão mostra que os católicos realmente não acreditam que o sacrifício de Cristo foi suficiente

 

Verdade: Esta objeção geralmente vem de protestantes que se perguntam por que uma pessoa precisa de mais perdão se eles já puseram sua fé em Cristo. Assim, veem a confissão como algo separado e adicional à graça de Jesus.
Há dois problemas com esta objeção:

Primeiro, o poder da Confissão depende inteiramente do sacrifício de Cristo. Cristo ganhou graça infinita na cruz, e o Sacramento da Confissão é um importante caminho que a graça percorre a cada indivíduo. Em outras palavras, a Confissão não é uma fonte de graça separada de Cristo, é um instrumento para sua aplicação.

Em segundo lugar, esta objeção geralmente vem de um mal-entendido da vida cristã. Alguns protestantes pensam que após a conversão inicial de uma pessoa, não há mais cooperação adicional e crescimento na graça necessária para a salvação. A Igreja Católica, por outro lado (seguindo a Bíblia), ensina que a vida cristã é uma contínua conversão e crescimento em santidade pela graça de Cristo.

Mito 2: A confissão foi inventada pela Igreja Católica e não está na Bíblia

 

Verdade : Isso pode surpreender algumas pessoas, mas o núcleo do sacramento da confissão é explicitamente estabelecido pelo próprio Cristo nas Escrituras.

No Evangelho de João, depois de ressuscitar dos mortos, Jesus aparece aos seus discípulos e isto acontece:

“Jesus disse-lhes outra vez, “paz seja com você. Assim como o Pai me enviou, assim vos envio. E, tendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais mantiverdes ser-lhes-ão mantidos.” (João 20.21-23)

Ali mesmo, Jesus dá explicitamente aos Apóstolos o poder de dar e reter o perdão dos pecados, que é a base do sacramento da confissão. E a Igreja praticou isso desde o princípio. Certamente, a maneira exata como isso tem se mostrado na prática variou um pouco ao longo do tempo, mas o núcleo está bem ali na Bíblia (CIC 1447).

Mito 3: Confissão é opcional

 

Verdade : Confissão definitivamente não é opcional para os católicos. É, de fato, exigido de duas maneiras.

Primeiro, de acordo com os preceitos da Igreja, todos os católicos são obrigados a ir à Confissão pelo menos uma vez por ano.

Em segundo lugar, o sacramento da confissão (ou seu desejo com contrição perfeita) é necessário para a salvação de indivíduos batizados em estado de pecado mortal segundo o Concílio de Trento.

Portanto, o Sacramento da Confissão não é apenas uma forma agradável e opcional de aconselhamento católico, se você quiser. Pelo contrário, é uma parte essencial de ser um católico praticante e atingir a salvação final.

Mito 4: Confissão é apenas para “pessoas realmente ruins”

 

Verdade : A resposta anterior ao Mito 3 ajuda a corrigir esse mito. Se você é católico, você é obrigado a ir para Confissão pelo menos uma vez por ano de qualquer maneira.

Porém o mais importante, somos todos pecadores. Como diz a Escritura: “Se dissermos que não pecamos, nós o tornamos [Jesus] mentiroso, e sua palavra não está em nós” (1 João 1.10). Então, se você acha que não precisa da graça do perdão de Cristo, talvez você precise dar uma olhada na sua vida espiritual.

Mito 5: Confissão é assustador

 

Verdade : Se alguém nunca foi à confissão, ou não foi em muito tempo, eles poderiam esperar que o sacerdote será chocado por seus pecados e reagir de forma cruel ou dura.

A experiência da grande maioria dos católicos atesta que o que acontece na verdade é o oposto. Os sacerdotes ouvem tudo e geralmente respondem com algum conselho e encorajamento e, em seguida, atribuem uma penitência muito leve (muitas vezes simplesmente dizendo algumas orações). Exceções a isso hoje em dia são raras.

Portanto, se você é um católico batizado e não se confessa a um tempo, você precisa buscar a reconciliação com Deus!
  
|Publicado originalmente em:


ChurchPOP. <http://pt.churchpop.com/5-mitos-sobre-confissao-que-muitas-pessoas-ainda-creem-talvez-voce-tambem/>. Acesso em 03 abr. 2017.

segunda-feira, 27 de março de 2017

Por que a Igreja compara Jesus Cristo a um pelicano?

© Reprodução
Ao longo da história a Igreja tem representado Jesus tanto com pinturas como com símbolos. Assim, por exemplo, era comum que os primeiros cristãos se identificassem com o simbolo do peixe (Icthus), pois em grego eram as iniciais da expressão "Iēsous Christos Theou Yios Sōtēr" (Ἰησοῦς Χριστός, Θεοῦ ͑Υιός, Σωτήρ), que quer dizer: Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador.

Outro símbolo muito interessante de Nosso Senhor é o Pelicano. Se trata de alguma palavra com sentido especial para o cristianismo? Ou terá acaso um sentido mais profundo? Neste artigo será abordado esse tema.

Wikipédia
© Domínio Público
Muitos pensam que esta é uma comparação absurda ou até ofensiva havendo tantos animais belos, por que compará-lo com um Pelicano? Mas ainda que não acreditem, comparar Jesus com um pelicano é algo muito acertado e digno e desde a antiguidade se deram conta disso. 
 
Os pelicanos são aves costeiras de grande tamanho, com muita habilidade para pesca. Quando um pelicano tem que alimentar as suas crias, ele voa até o mar, pega alguns peixes, os guarda numa bolsa que possui entre as penas do peito e voa de regresso até a costa para dar de comer às suas crias. 

Ah, então já sei, Jesus é comparado ao pelicano porque também era pescador?! Isso?! Não, não é por aí que vai a comparação!
Antigamente acreditava-se que o Pelicano, ao não ter um bom dia de pesca, ao invés de deixar morrer as suas crias, arrancava sua própria carne para alimentá-los. É aqui onde nasce a comparação com Cristo, pois Ele mesmo nos dá de sua própria carne e de seu próprio sangue.

Em cada Santa Missa, Cristo nos oferece a Santa Eucaristia, em todo Seu corpo, sangue, alma e divindade. Por isso, na história da Igreja, se tem feito muitas comparações de Cristo como o Pelicano, que arranca partes de sua carne para dá-la às suas crias por puro amor. Um amor transcendental, que não é próprio, não é para si mesmo, mas se estende e alcança o outro e o penetra até a alma. É amor verdadeiro, por inteiro, indiviso, o ágape. Assim, como as crias do pelicano, não poderiam sobreviver sem o alimento que lhe dá sua mãe, os homens não poderiam ter vida eterna sem a vida de Cristo Jesus entregue por nós no Madeiro da Cruz e assim, por meio da Santa Missa, tornamos novamente presente o Sacrifício que nos move nesta pausa restauradora rumo ao Céu.

Esta comparação também está presente em alguns hinos tradicionais como no Adoro te Devote, escrito por São Tomás de Aquino, no qual diz uma das estrofes "Pie Pellicane, Iesu Domine, Me immundum munda tuo sanguine" (Senhor Jesus, Pelicano bom, limpa-me a mim, imundo, com teu sangue). 











| Texto adaptado de:

POPChurch. Disponível em: <http://pt.churchpop.com/15220-2/>. Acesso em: 27 mar. 2017.
| Referência:
Wikipédia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ichthys>. Acesso em: 27 mar. 2017. 

segunda-feira, 6 de março de 2017

Planejamento Catequético - 2017


Olá, pessoal!

Bom, já estamos iniciando um novo ano catequético e é hora de nos programarmos para as atividades que desenvolveremos ao longo dele. 

Trago no documento abaixo várias informações importantes sobre como funcionarão nossos encontros, a data de cada um deles e também o que trabalharemos a cada sábado.

Fico à disposição para responder qualquer dúvida que surgir! Desejo, de coração, um ótimo ano para todos nós e agradeço a Deus pelos novos amigos que Ele está me concedendo em mais um ano na Pastoral da Catequese! Forte abraço!

quinta-feira, 2 de março de 2017

Quaresma: exercícios espirituais da tradição da Igreja

"Tudo o que renunciarmos em favor de uma vida mais autenticamente cristã, será um tipo de jejum agradável ao Senhor. 
Quando aprendemos a jejuar de tudo o que nos prende a nós mesmos, acorrentados ao homem velho, a graça de Deus - vinda em nosso auxílio - nos faz entrar no processo da verdadeira conversão" - Dom Abade André Martins, OSB
Por mais um ano temos a grande graça de podermos viver o tempo quaresmal. Neste período de quarenta dias, em que estaremos nos preparando para a Páscoa da Ressurreição do Senhor, a Igreja nos convida, em especial a todos nós batizados, a vivermos este período de forma diferente, observando com mais empenho e assiduidade os exercícios espirituais do JEJUM, da ORAÇÃO e da ESMOLA

Assim como o corpo mortal precisa ser nutrido, a fé também possui esta necessidade. Quando tomamos posse desses três elementos da Sagrada Tradição que nos são oferecidos, podemos viver frutuosa e verdadeiramente este tempo de CONVERSÃO e PENITÊNCIA

A conversão existe pelo fato de reconhecermos nossas próprias falhas ao longo dos diferentes períodos de nossa vida. Nos damos conta do caminho torto que estamos tomando e, logo, corremos para o caminho certo. A penitência nos ajuda a estarmos - sempre - em uma constante conversão. Em uma intensa busca do Cristo.

Vale dizer que embora o tempo da Quaresma seja sumamente favorável para os exercícios espirituais, devemos viver o jejum, a esmola e a oração em todos os períodos de nossa vida. O jejum, por exemplo, é recomendado pela Igreja em dois dias no ano, apenas na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa. Contudo, nada nos impede de que vivamos esta realidade do jejum em outros dias do ano litúrgico, ou mesmo quando achamos necessário para nosso crescimento espiritual. Também devemos lembrar que o jejum não é só abster-se de alimentos, há diferentes formas de vivê-lo, e nos convém apropriadamente.
"Abster-se de tempos de lazer, de conversas que não nos acrescentam coisa alguma, de encontros inconvenientes e mesmo de trabalhos, quando possível, para poder estar em um recolhimento maior para oração pessoal, também são parte de uma ótima vivência quaresmal.
Renunciar aos mais variados entretenimentos que a mídia nos incita e se alimentar com a leitura orante da Palavra. Silenciar à palavra injuriosa, inoportuna, obscena, provocadora de divisões é uma forma de jejum muito importante".¹
Mas não somente o jejum, também é um exercício espiritual importantíssimo a oração. Ela nos aproxima dos desígnios de Deus e nos proporciona um "abandonar-se" nos braços de Cristo para que sejamos por Ele guiado pelos caminhos virtuosos a fim de que sejamos instrumentos dele para fazermos aquilo que lhe aprouver. 

O Catecismo nos lembra que "não há outro caminho para a oração cristã senão Cristo. Seja comunitária ou pessoal, seja vocal ou interior, a nossa oração só tem acesso ao Pai se rezarmos 'em nome' de Jesus. A santa humanidade de Jesus é, pois, o caminho pelo qual o Espírito Santo nos ensina a orar a Deus nosso Pai".

Neste tempo da Igreja intensificamos nossa vida de oração, que não se restringe às palavras. Podemos rezar cantando, realizando gestos, suplicando, pedindo perdão, agradecendo, realizando compromissos de fé e participação efetiva na comunidade, participando de uma procissão, via-sacras, ou participando ativamente na liturgia da Igreja. Participar na liturgia é o ponto mais elevado da oração católica, onde dentro da Celebração da Eucaristia, por exemplo, temos a alegria de participar da vida, morte e ressurreição do Senhor. 

Por fim a esmola, que se traduz pelo gesto puro da caridade. Um gesto que não espera nada em troca, é realizado exclusivamente pensando no próximo e não em sí mesmo. É o ato que contempla toda a essência do texto escrito por São Paulo:
"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
[...] A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. 
[...] Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é a caridade" (I Coríntios 13, 1. 4-5. 13)
(há uma postagem especial para entender melhor o que é o Tempo da Quaresma: clique aqui!)

Seguindo os passos de Jesus, possamos nós também fazer desses quarenta dias uma verdadeira conversão de vida, e que se tornem comuns em nossas vidas as atividades espirituais para que a Luz de Cristo resplandeça em nossa face por onde quer que estejamos. 

Como já foi dito, este caminho quaresmal é um tempo favorável, uma oportunidade especial de oferecimento pascal de nossas vidas, e de deixar se santificar pelo Espírito Santo que faz novas todas as coisas. A Igreja, Povo de Deus, é convocada a viver esta experiência pascal, a deixar-se purificar e santificar pelo seu Senhor. "Eis o tempo de conversão! Eis o dia da salvação! Ao Pai voltemos! juntos andemos!"

 










|Referência:
¹ MARTINS, Dom Abade André (OSB); Palavra do Abade. Informativo Abadia da Ressurreição, Ed. 35; 2015.
 |© Direito de imagem
www.pnsg.org.br

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Quarta-feira de Cinzas: 10 curiosidades que todo católico deveria saber

     "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra" (Gn 2,7); "até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás" (Gn 3,19).



Muito perto de iniciarmos o Tempo dQuaresma, tempo de preparação para a Páscoa, que começa na próxima quarta-feira, 1º de março, recordamos algumas questões essenciais que todo católico precisa saber para poder viver intensamente este tempo.
1 - O que é a Quarta-feira de Cinzas?
É o primeiro dia da Quaresma, ou seja, dos 40 dias nos quais a Igreja chama os fiéis a converter-se e a preparar-se verdadeiramente para viver os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo durante a Semana Santa.
A Quarta-feira de Cinzas é uma celebração que está no Missal Romano, o qual explica que no final da Missa, abençoam e impõem as cinzas obtidas da queima dos ramos usadas no Domingo de Ramos do ano anterior.
2 - Como nasceu a tradição de impor as cinzas?
A tradição de impor a cinza é da Igreja primitiva. Naquela época, as pessoas colocavam as cinzas na cabeça e se apresentavam ante a comunidade com um “hábito penitencial” para receber o Sacramento da Reconciliação na Quinta-feira Santa.
A Quaresma adquiriu um sentido penitencial para todos os cristãos quase 400 anos d.C. e, a partir do século XI, a Igreja de Roma impõe as cinzas no início deste tempo.
3 - Por que se impõem as cinzas?
A cinza é um símbolo. Sua função está descrita em um importante documento da Igreja, mais precisamente no artigo 125 do Diretório Sobre a Piedade Popular e a Liturgia
“O começo dos quarenta dias de penitência, no Rito romano, caracteriza-se pelo austero símbolo das Cinzas, que caracteriza a Liturgia da Quarta-feira de Cinzas. Próprio dos antigos ritos nos quais os pecadores convertidos se submetiam à penitência canônica, o gesto de cobrir-se com cinza tem o sentido de reconhecer a própria fragilidade e mortalidade, que precisa ser redimida pela misericórdia de Deus. Este não era um gesto puramente exterior, a Igreja o conservou como sinal da atitude do coração penitente que cada batizado é chamado a assumir no itinerário quaresmal. Devem ajudar aos fiéis, que vão receber as Cinzas, para que aprendam o significado interior que este gesto tem, que abre a cada pessoa a conversão e ao esforço da renovação pascal”.
4 - O que simbolizam e o que recordam as cinzas?
A palavra cinza, que provém do latim "cinis", representa o produto da combustão de algo pelo fogo. Esta adotou desde muito cedo um sentido simbólico de morte, expiração, mas também de humildade e penitência.
A cinza, como sinal de humildade, recorda ao cristão a sua origem e o seu fim: "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra" (Gn. 2,7); "até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás" (Gn. 3,19).
5 - De onde provém as cinzas utilizadas neste dia?
Para a cerimônia devem ser queimados os restos dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. Estes, recebem água benta e logo são aromatizados com incenso.
Papa Bento XVI recebendo as
cinzas sobre a cabeça 

© 2012 - L'Osservatore Romano
6 - Como se impõe as cinzas?
Este ato acontece durante a Missa, depois da homilia e é permitido aos leigos ajudarem o sacerdote. As cinzas são impostas na fronte ou sobre a cabeça, em forma de cruz, enquanto o ministro pronuncia as palavras Bíblicas: "Lembra-te que és pó e ao pó hás de voltar" ou "Convertei-vos e crede no Evangelho".


7 - Quem pode receber as cinzas?
Qualquer pessoa pode receber este sacramental, inclusive as não católicas. Como explica o Catecismo (1670 ss.) "sacramentais não conferem a graça do Espírito Santo à maneira dos sacramentos; mas, pela oração da Igreja, preparam para receber a graça e dispõem para cooperar com ela". Portanto, os sacramentais são um caminho que conduz aos Sacramentos.
8 - A imposição das cinzas é obrigatória?
A Quarta-feira de Cinzas não é dia de preceito e, portanto, não é obrigatória. Não obstante, nesse dia muitas pessoas costumam participar da Santa Missa, algo que sempre é recomendável.
9 - Quanto tempo é necessário permanecer com a cinza na fronte?
Não existe um tempo determinado, depende, exclusivamente, do fiel. Contudo, diz uma antiga tradição que a pessoa permanece com as cinzas até o por do Sol.
10 - O jejum e a abstinência são necessários?
Segundo o Cânone 1.252, do Código de Direito Canônico, estão obrigados à lei da abstinência aqueles que tiverem completado 14 anos de idade; e, estão obrigados à lei do jejum todos os maiores de idade (ou seja, acima de 18 anos) até os 60 anos começados.

O jejum e abstinência são obrigatórios na Quarta-feira de Cinzas, como também na Sexta-feira Santa. Fora dos limites estabelecidos no cânon 1.252, é opcional o jejum e a abstinência nele mencionados.
Todas as sextas-feiras da Quaresma também são de abstinência obrigatória. Outras sextas-feiras do ano também, muito embora em cada país possa ser determinado pela Conferência dos Bispos a substituição desses exercícios espirituais, totalmente ou em parte, por outras formas de penitência, principalmente por obras de caridade e exercícios de piedade.
| Texto adaptado de:
MARINA, Diego López. Onze coisas que todo católico deve saber sobre a Quarta-feira de Cinzas. 2016. Disponível em: <http://www.acidigital.com/noticias/once-coisas-que-todo-catolico-deve-saber-acerca-da-quarta-feira-de-cinzas-95061/>. Acesso em: 04 fev. 2016.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

O Papa disse que é melhor ser ateu que um católico hipócrita? Aqui te contamos a verdade!

© Huff.ro
Certamente você já viu que muitos meios de comunicação publicaram que o Papa Francisco disse em uma homilia que “é melhor ser ateu do que um católica hipócrita”. Será que ele realmente disse isso? Por acaso pode o sucessor de São Pedro e cabeça visível da Igreja sugerir que deixemos de crer em Deus? 

A resposta é óbvia: NÃO! O Papa Francisco jamais disse isso!  

Então… De onde saiu essa informação? 

Por mais difícil que seja de acreditar, tudo isso se trata de um problema de interpretação de texto. É sério! A maioria dos meios de comunicação cometeram um erro de interpretação das palavras do Papa Francisco durante sua homilia na Casa de Santa Marta, neste 23 de fevereiro de 2017.

Mas para que fique claro vamos as fontes. A seguir compartilhamos a parte da homilia que foi mal interpretada:
“Mas o que é o escândalo? O escândalo é dizer uma coisa e fazer outra; é ter vida dupla. Vida dupla em tudo: sou muito católico, vou sempre à missa, pertenço a esta e aquela associação; mas a minha vida não é cristã. Não pago o que é justo aos meus funcionários, exploro as pessoas, faço jogo sujo nos negócios, reciclo dinheiro, vida dupla. Muitos católicos são assim. Eles escandalizam. Quantas vezes ouvimos dizer, nos bairros e outras partes: ‘Ser católico como aquele, melhor ser ateu’. O escândalo é isso. Destrói. Joga você no chão. Isso acontece todos os dias, basta ver os telejornais e ler os jornais. Os jornais noticiam vários escândalos e fazem publicidade de escândalos. Com os escândalos se destrói.” Papa Francisco. 
Entendeu? O Papa está dizendo que nossos contra-testemunhos levam algumas pessoas a dizerem “para ser católico como esse aí, é melhor ser ateu”. Em nenhum momento o Papa nos disse que a melhor opção era ser ateu.

Mas mesmo além das interpretações errôneas e maliciosas, devemos ficar com a essência da mensagem do Papa: Basta de uma vida dupla! Voltemos nossas vidas para Deus! 

Compartilhe este artigo para que mais pessoas conheçam a verdade! 

|Publicado originalmente em:
ChurchPOP. (http://pt.churchpop.com/o-papa-disse-que-e-melhor-ser-ateu-que-um-catolico-hipocrita-aqui-te-contamos-verdade/), 24 de fevereiro de 2017.

 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

O maior e mais famoso turíbulo do mundo

© Flickr / Elentir
O turíbulo é uma vasilha presa por correntes, que é utilizado para queimar incenso durante a Santa Missa e outros ofícios importantes da Igreja. Geralmente é pequeno o suficiente para ser usado por uma só pessoa (inclusive crianças), mas na Catedral de Santiago de Compostela na Espanha quiseram levar o turíbulo para outro nível.

O “Botafumeiro”, nome galego como é conhecido o turíbulo gigante da Catedral de Santiago de Compostela, mede 1,5 m de altura e pesa 53 quilos. Para ser utilizado é elevado a 20 metros de altura e alcança uma velocidade de 70 km/h. 

Sua origem:

© Wikipedia / Domínio Público.


Foi construído em 1554 graças a uma doação do Rei Luis XI da França. O Botafumeiro original era de prata, mas foi roubado em meados do século XIX. Felizmente foi substituído, mas agora é de bronze, levemente banhado a  prata. 
Alguns acidentes:
© Wikipedia / Domínio Público.



Seu tamanho e seu difícil uso provocou alguns acidentes.  Assim ocorreu nos anos 1622 e 1937 quando a corda que sustentava o Botafumeiro se rompeu e o grande turíbulo saiu voando pela porta de Pratarias. Felizmente, em nenhuma das situações houve vítimas. 
Como é usado:

Primeiro, o Botafumeiro é preso por uma corda de aproximadamente 60 metros de longitude. Esta corda é sustentada pelos tiraboleiros, pessoas encarregadas de puxar a corda quando o botafumeiro está um metro acima do chão. Desta maneira chega ao seu famoso e extraordinário movimento. A precisão em seu uso é tal que, em seu ponto mais alto, o Botafumeiro chega a um metro do teto da Catedral. 

 

E sim, é provável que muitas pessoas que veem o Botafumeiro funcionando termine com dor de garganta. 

Bento XVI e o Botafumeiro

No ano de 2010, Bento XVI visitou a Catedral de Santiago de Compostela e pôde ver o impressionante turíbulo em funcionamento enquanto ouvia o hino do apóstolo São Tiago. Quando o grande incensário começou a elevar-se, sua Santidade ficou maravilhado e pela expressão em seu rosto podemos deduzir que também achou muito divertido.



|Adaptado de:
ChurchPOP. (http://pt.churchpop.com/este-e-o-mais-famoso-e-o-maior-turibulo-do-mundo/), 23 de fevereiro de 2017.
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